O sacerdote Fernando Israel Zamora Silva, chanceler da diocese de Siuna, Nicarágua, foi detido pela Polícia Nacional, num momento de tensão entre o Governo do Presidente, Daniel Ortega, e a Igreja Católica, informaram hoje fontes eclesiásticas.
O padre foi detido no domingo à noite depois de participar numa missa na paróquia de San Luis Gonzaga, em Manágua, presidida pelo cardeal Leopoldo Brenes, disseram fontes da Igreja Católica nicaraguense à agência de notícias espanhola EFE.
A Polícia Nacional não confirmou nem desmentiu a alegada detenção.
A Fundação para a Liberdade da Nicarágua, presidida pelo líder da oposição Félix Maradiaga, no exílio, exigiu a sua libertação.
“A Fundação para a Liberdade da Nicarágua apela à comunidade internacional para que se debruce sobre esta grave situação de perseguição contra a Igreja Católica na Nicarágua e pede a atenção internacional”, afirmou a organização.
A Articulação dos Movimentos Sociais também exigiu a libertação do sacerdote e respeito pelos direitos humanos.
Fernando Israel Zamora Silva, padre há 27 anos, é o sétimo sacerdote a ser detido pela Polícia Nacional, um número que inclui o bispo Rolando Álvarez, condenado a mais de 26 anos de prisão por traição.
As relações entre o Governo de Ortega e a Igreja Católica têm sido tensas, marcadas pela expulsão, detenção e prisão de padres, pela proibição de atividades religiosas e pela suspensão das relações diplomáticas.
O Papa Francisco classificou o Governo sandinista de “ditadura grosseira” numa recente entrevista, assinalando “um desequilíbrio na pessoa que lidera” o país.