Os representantes sindicais alertaram hoje para os trabalhadores da EDP não se deixarem iludir com as propostas da administração da empresa sobre progressão, sublinhando que esta deixa parte da carreira dependente de “hipotético ato de gestão”.
Em comunicado, a Comissão Negociadora Sindical (CNS) da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Energia e Minas (Fiequimetal) reafirma a sua vontade em negociar, mas defende uma alteração da proposta da administração.
“Demonstrámos que a proposta da administração não traz benefícios aos trabalhadores, pois deixa uma grande parte da carreira dependente de um hipotético ato de gestão muito pouco transparente”, refere a estrutura sindical.
Neste sentido, alerta para que “os trabalhadores não se devem iludir com as propostas da administração da EDP, sobre progressão na carreira, reformas e pré-reformas e avaliação de desempenho”, porque as mesmas não lhes trazem “benefícios”.
No caso da avaliação de desempenho, esta Comissão Negociadora Sindical refere que das “apregoadas 353 promoções, por ato de gestão, verifica-se que 77% delas beneficiaram quadros superiores, enquanto os operacionais e administrativos se ficaram por uns míseros 23%”, para concluir que este caso “é demonstrativo do nível da transparência destes métodos de ato de gestão”.
Relativamente às reformas e pré-reformas, a Fiequimetal refere que a administração aguarda uma “prevista” alteração legislativa para apresentar uma nova proposta, sublinhando que esta situação “exige” por parte dos trabalhadores “a necessidade de lutar” pelo respeito do acordo coletivo de trabalho (ACT).
A Fiequimetal aponta os 185 trabalhadores cuja saída está prevista para este ano e o incentivo que está previsto, e que passa pelo pagamento do equivalente a cinco salários no caso dos trabalhadores que ainda não tenham 37 anos de antiguidade e de seis salários para os que já atingiram os 37 ou mais anos de antiguidade.
Na leitura da CNS, a administração está, na prática, “a retirar o direito à pré-reforma consignado no ACT e a impedir que o trabalhador venha a usufruir das majorações previstas pelo Estado para as longas carreiras contributivas”.