Ministro das Finanças centraliza dois terços da despesa retida

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estimou hoje que o ministro das Finanças irá centralizar no próximo ano cerca de dois terços da despesa retida, apesar das alterações introduzidas pelo Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).

© Folha Nacional

Na análise preliminar à proposta do OE2024, a unidade liderada por Rui Nuno Baleiras refere que o ministro das Finanças irá manter o poder discricionário sobre 67,3% dos instrumentos de controlo da despesa, o correspondente a 1.697 milhões de euros.

Deste modo, os restantes 32,7% ficam descentralizados na tutela setorial.

Os técnicos que dão apoio aos deputados explicam que a totalidade dos instrumentos convencionais de controlo de despesa ascendem no próximo ano a 2.521 milhões de euros.

“A transferência do poder decisório sobre as cativações para a tutela setorial representa a descentralização de cerca de um terço (824 milhões de euros) destes instrumentos”, pode ler-se.

A UTAO sublinha que as cativações continuam a existir na proposta do orçamento, mas deixam de depender do ministro das Finanças e o poder decisório passa para o membro responsável pela área setorial.

Segundo a Unidade, as cativações são o instrumento com maior peso no total dos instrumentos de controlo de despesa, (824 milhões de euros, com um peso de 32,7%), seguindo-se as dotações centralizadas para fins específicos (745 milhões de euros; 29,6%), a dotação provisional (500 milhões de euros; 19,8%) e a reserva orçamental (452 milhões de euros; 17,9%).

Os técnicos salientam ainda que para 2024 se prevê uma redução de 10% na totalidade dos instrumentos convencionais de controlo de despesa, mas no novo enquadramento legislativo da proposta orçamental o poder de decisão do Ministério das Finanças sobre estes instrumentos recua 39,4% face a 2023.

“Esta evolução resulta do efeito combinado da transferência do poder decisório sobre a libertação das cativações para a tutela setorial e da redução da dotação provisional”, pode ler-se na análise.

Na apresentação do OE2024, o ministro das Finanças, Fernando Medina, explicou que é retirado “o poder do Ministério das Finanças de fazer a gestão das cativações”, por considerar que a “fórmula dos cativos” estava a ser mais “prejudicial do que benéfica” para a execução orçamental de diversos serviços.

Últimas de Economia

O Banco Central Europeu (BCE) acredita que a adoção do euro digital vai levar à retirada de cinco em cada 10 euros físicos em circulação, segundo um relatório hoje divulgado.
O Governo italiano vai permitir que a oferta pública de aquisição (OPA) do Banco BPM pela UniCredit avance, desde que sejam cumpridas algumas condições, de acordo com um comunicado divulgado esta sexta-feira à noite.
Mais de uma em cada três empresas alemãs prevê reduzir o número de postos de trabalho em 2025, segundo um estudo do Instituto Alemão de Economia de Colónia (IW) em que se alerta para uma “crise profunda”.
A pesca da sardinha vai reabrir esta segunda-feira, com um limite de 34.406 toneladas para 2025, segundo um despacho hoje publicado em Diário da República.
O preço dos ovos na União Europeia (UE) subiu 6,7% em março, face ao mês homólogo, e 2,9% em Portugal, segundo dados hoje divulgados pelo Eurostat.
O Tribunal de Contas encontrou falhas no controlo efetuado pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) ao regime fiscal de que beneficiam os fundos de investimento imobiliário, segundo um relatório de auditoria hoje divulgado.
O setor da hotelaria tem boas expectativas para o fim de semana da Páscoa, antecipando uma ocupação de 73% e um preço médio de 161 euros, afirma a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).
Grandes bancos portugueses têm restrições nos empréstimos à indústria de defesa, em especial de armamento, e alguns admitem vir a alterar no âmbito da mudança estratégica para rearmamento a nível da União Europeia (UE).
O número de pedidos de ajuda por dificuldade em pagar a renda aumentou no primeiro trimestre 67% face ao mesmo período do ano passado, indica Deco, que recebeu mais de 300 solicitações até ao final de março.
A procura de crédito à habitação voltou a aumentar no primeiro trimestre deste ano, face aos últimos três meses de 2024, segundo o Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito do Banco de Portugal.