Sarkozy regressa a tribunal por financiamento político ilegal

Sarkozy foi condenado, em 2021, a um ano de prisão por ter ultrapassado o limite máximo legal das despesas de campanha, a pena máxima prevista na lei na altura.

@ Facebook de Nicolas Sarkozy

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy regressou esta quarta-feira a tribunal para um caso que envolve o financiamento ilegal da sua campanha presidencial derrotada em 2012, uma nova etapa na agenda judicial ocupada do político. No caso “Bygmalion”, Sarkozy foi condenado, em 2021, a um ano de prisão por ter ultrapassado o limite máximo legal das despesas de campanha, a pena máxima prevista na lei na altura.

O ex-presidente recorreu imediatamente, denunciando a sentença como “injusta”. O antigo chefe de Estado, que se apresentou descontraído antes da abertura da audiência do recurso, deverá depor a 23 de novembro.

Ao contrário dos seus coarguidos, Nicolas Sarkozy, de 68 anos, não é suspeito de produzir faturas falsas, concebidas para ocultar a explosão das suas despesas de campanha (quase 43 milhões de euros, quando o limite legal é de 22,5 milhões). Doze dos antigos responsáveis pela campanha eleitoral da UMP – agora Les Républicains – e da empresa Bygmalion vão ser novamente julgados em Paris.

Os 12 são acusados de serem cúmplices no “financiamento ilegal da campanha”, falsificação, fraude, abuso de confiança e cumplicidade nestes crimes. O tribunal justificou inicialmente as penas aplicadas em virtude dos “montantes extremamente elevados” e por os atos terem sido cometidos por “profissionais competentes”.

A justiça considerou que o antigo ocupante do Palácio do Eliseu “continuou a organizar reuniões eleitorais”, “solicitando uma reunião por dia”, apesar de “ter sido avisado por escrito” sobre o risco de despesas excessivas. A defesa de Nicolas Sarkozy argumentou que a ultrapassagem do limite legal já tinha sido sancionada pelo Conselho Constitucional, que rejeitou as suas contas de campanha em 2013 e não podia, por isso, ser novamente julgada.

O antigo chefe de Estado foi também criticado pelo Ministério Público pela sua ausência no julgamento. Sarkozy só compareceu no dia em que foi interrogado, o que foi visto como o arguido a considerar-se “acima dos outros”. Em 2025, Nikolas Sarkozy irá a tribunal por acusações de corrupção relacionadas com suspeitas de financiamento líbio da sua anterior campanha presidencial, a vitoriosa de 2007.

Sarkozy recorreu da sua condenação a três anos de prisão, um dos quais não suspenso, num caso de corrupção de um alto magistrado. No início de outubro foi também acusado numa secção do caso líbio ligado à retratação do intermediário franco-libanês Ziad Takieddine.

 

Últimas de Política Internacional

A NATO vai reforçar a vigilância e segurança no flanco leste da Aliança Atlântica, depois do incidente em que drones russos entraram no espaço aéreo da Polónia, anunciou hoje a organização.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, homenageou hoje, numa cerimónia solene no Pentágono, as vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington, que causaram cerca de 3.000 mortos.
O Presidente finlandês, Alexander Stubb, acusou hoje a Hungria e a Eslováquia de alimentarem a invasão da Ucrânia com as compras de recursos fósseis russos, durante uma visita à Ucrânia, ecoando críticas de Kiev.
A Comissão Europeia desembolsou hoje a oitava parcela do empréstimo de assistência macrofinanceira excecional (AMF), no valor de mil milhões de euros, de um total de 18,1 mil milhões de euros.
Peter Mandelson foi destituído do cargo de embaixador britânico nos Estados Unidos "com efeito imediato", na sequência de alegações sobre a sua relação com o abusador de menores norte-americano Jeffrey Epstein, comunicou hoje o Governo.
A Polónia, membro da União Europeia (UE) e da NATO, anunciou hoje que restringiu o tráfego aéreo na sua fronteira leste, após a invasão de cerca de 20 drones russos suspeitos no seu território.
O primeiro-ministro polaco anunciou esta quarta-feira que vai invocar o artigo 4.º do Tratado da NATO, que prevê consultas entre todos perante ameaças à segurança de um dos Estados-membros, na sequência da violação do seu espaço aéreo por drones russos.
A França regista hoje protestos que se fizeram sentir principalmente nos transportes e autoestradas, com mais de 100 detenções, a maioria em Paris, num dia em que estava previsto um bloqueio total convocado contra as medidas do Governo.
Manifestantes nepaleses incendiaram esta terça-feira o Parlamento na capital Katmandu, após a demissão do primeiro-ministro na sequência de protestos que causaram 19 mortos, anunciou um porta-voz da assembleia.
O Parlamento Europeu (PE) validou hoje o acordo entre a União Europeia (UE) e o Brasil que permite o intercâmbio de dados pessoais e não pessoais para combater a criminalidade grave e o terrorismo.