PS reúne hoje a sua Comissão Política para decidir futuro após António Costa

A Comissão Política do PS reúne-se hoje para definir o seu caminho em caso de formação de novo Governo socialista ou de realização de eleições legislativas antecipadas, após a demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro.

© Facebook de Carlos César

Esta reunião do órgão de direção alargada dos socialistas está marcada para as 21:00, já depois do Conselho de Estado e, muito provavelmente, da comunicação ao país do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a solução para a crise política aberta com a demissão do primeiro-ministro na terça-feira.

Na quarta-feira, o presidente do PS, Carlos César, defendeu perante o Presidente da República a nomeação de outro primeiro-ministro para chefiar um novo Governo apoiado pela atual maioria parlamentar socialista, considerando que essa “é a solução preferencial”.

“Não me podem incluir nesse lote, mas o PS considera que tem soluções que pode apresentar ao senhor Presidente da República para dirigir um novo Governo”, acrescentou.

O presidente do PS transmitiu também ao Presidente da República que o processo de substituição da liderança do partido só permitiria eleições legislativas em “meados de março” e vincou a importância da aprovação da proposta de Orçamento do Estado para 2024.

“Mesmo num quadro em que o Presidente da República decida pela antecipação de eleições, é muito importante para o país ter o Orçamento do Estado aprovado. Qualquer solução dessa natureza não deve colocar em perigo a existência desse instrumento, fundamental para a capacidade do Governo e dos interesses do país”, defendeu.

O presidente do PS comunicou ainda a Marcelo Rebelo de Sousa a cronologia dos procedimentos internos necessários para o partido substituir o seu secretário-geral.

No caso de existirem eleições antecipadas”, o PS indicou a Marcelo Rebelo de Sousa que estas se deveriam realizar “em meados de março” para permitir aos socialistas cumprir todos os procedimentos internos.

Na quarta-feira, em declarações à agência Lusa, o ex-dirigente socialista Francisco Assis defendeu que os mais altos responsáveis do PS devem entender-se em torno de uma nova liderança “agregadora”, de unidade e “sem medo” de enfrentar eleições legislativas antecipadas.

“Nas presentes circunstâncias políticas pede-se aos mais altos responsáveis do PS que tudo façam para que haja um entendimento em torno de uma candidatura à liderança do partido. O PS não deve ter medo de enfrentar eleições antecipadas e deve unir-se em torno de uma nova liderança agregadora e combativa”, sustentou Francisco Assis.

Na mesma declaração à agência Lusa, Francisco Assis advertiu que o país vive “um tempo excecional que reclama um especial sentido de responsabilidade individual e coletiva”.

“Não podemos passar a ideia de que estamos agarrados ao poder e com receio do voto popular. O PS é um grande partido democrático e tem todas as condições para enfrentar com sucesso os desafios do futuro”, acrescentou.

Últimas de Política Nacional

Cinco deputados sociais-democratas, liderados por Hugo Soares, viajaram até Pequim a convite direto do Partido Comunista Chinês. A deslocação não teve carácter parlamentar e escapou às regras de escrutínio da Assembleia da República.
Saiu do Executivo, passou pelo Parlamento e acaba agora a liderar uma empresa pública com um vencimento superior ao que tinha no Governo. Cristina Vaz Tomé foi escolhida para presidir à Metro de Lisboa e vai ganhar cerca de sete mil euros mensais, com despesas da casa pagas.
O Ministério Público (MP) pediu hoje penas entre os cinco e nove anos de prisão para os ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS) e Pinto Moreira (PSD), por suspeitas de corrupção no processo Vórtex.
O presidente do CHEGA, André Ventura, anunciou hoje que o seu partido votará contra o novo pacote laboral no parlamento se o Governo não ceder em matérias como o despedimentos e alterações na área da parentalidade.
A mensagem gerou indignação, o caso abalou o ministério e levou a uma demissão, mas o inquérito interno concluiu que não houve infração disciplinar. Nataniel Araújo sai ilibado e continua como chefe de gabinete da Agricultura.
Os vereadores e deputados municipais do CHEGA têm rejeitado a criação da Comunidade Intermunicipal da Península de Setúbal.
Bruxelas paga, Lisboa faz campanha: Ângelo Pereira (PSD) e Ricardo Pais Oliveira (IL) estiveram no terreno eleitoral enquanto recebiam vencimentos do Parlamento Europeu, prática proibida pelas regras comunitárias.
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao INEM decidiu hoje suspender os trabalhos durante o período de Natal e Ano Novo e na segunda semana de janeiro, devido às eleições presidenciais.
Num mês em que as presidenciais já se travavam mais nos ecrãs do que nas ruas, André Ventura esmagou a concorrência: foi o candidato que mais apareceu, mais falou e mais minutos ocupou nos principais noticiários nacionais.
O Ministério da Saúde voltou a entregar um contrato milionário sem concurso: 492 mil euros atribuídos diretamente ao ex-ministro social-democrata Rui Medeiros, aumentando a lista de adjudicações diretas que colocam a Saúde no centro da polémica.