“Mantê-los [em níveis altos] por tempo suficiente vai contribuir para baixar a inflação”, insistiu Lagarde em declarações ao Financial Times (FT), sem adiantar qualquer prazo.
“Estamos num nível em que cremos que, se for mantido durante tempo suficiente (…) nos levará ao objetivo de 2% a médio prazo”, referiu, num evento organizado pelo jornal.
“Não é algo que possa ser alterado nos próximos trimestres. O ‘tempo suficiente’ tem que ser suficientemente longo”, salientou.
Na sua última reunião, o BCE deixou as taxas de juro inalteradas, após 10 subidas consecutivas para controlar a elevada taxa de inflação e alguns analistas chegaram a perspetivar que o próximo passo poderia ser um corte no preço do dinheiro.
No entanto, Lagarde alertou que ainda há riscos para a inflação caso haja outro “choque” no setor energético.
O recuo da taxa de inflação para 2,9% [em outubro] “não pode ser considerado um dado adquirido”, disse Lagarde e acrescentou que a recente queda da inflação impulsionada por uma redução dos preços da energia “provavelmente não continuará”.
Após a reunião de 26 de outubro, a presidente do BCE já tinha considerado “prematuro” discutir um corte nas taxas de juro.
“Discutir cortes é totalmente prematuro neste momento”, afirmou Lagarde, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do banco central que deixou as taxas de juro inalteradas pela primeira vez desde julho de 2022.
A taxa de depósitos ficou em 4%, enquanto a principal taxa de juro de refinanciamento se manteve em 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez permaneceu em 4,75%.