“A quota de exportações para países africanos em 2023 excedeu 30% do total de fornecimentos da Rosoboronexport”, afirmou Alexandr Mikheyev, presidente do monopólio de exportação de armas, citado num comunicado do consórcio.
Mikheyev, que participa esta semana na exposição internacional de armamento EDEX no Cairo, sublinhou que o conglomerado está a fazer o seu melhor para ser um “parceiro fiável” para os seus clientes africanos.
A Rosoboronexoport “está consciente dos desafios de segurança e das ameaças que os países africanos enfrentam”, afirmou.
O consórcio, que exporta produtos militares e civis de dupla utilização, também coopera ativamente com os países africanos em áreas como a luta contra o terrorismo, a cibersegurança e os programas espaciais.
Desde a eclosão da guerra na Ucrânia, a Rússia intensificou as relações com os países africanos, especialmente no Sahel, cujos vários líderes se deslocaram a Moscovo para pedir armas, aviões e helicópteros, e mercenários, face às tensões destes líderes com a França.
O Kremlin está a tentar substituir no terreno os mercenários do Grupo Wagner, cujo chefe, Yevgeny Prigozhin, morreu em agosto, por novas empresas militares subordinadas ao Ministério da Defesa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, já se deslocou duas vezes à região, uma viagem imitada pelo seu homólogo ucraniano, Dmitry Kuleba, que também procura aliados em África.
A Rosboronexport afirma que a cimeira Rússia-África, realizada em julho passado em São Petersburgo, lhe permitiu “identificar áreas de interação crescente” com os países africanos.