Portugueses acham que Portugal está “cada vez pior”

Uma sondagem da Universidade Católica para a RTP, o Público e a Antena 1 indica que 75 por cento dos portugueses consideram que o país está pior e há cada vez mais pedidos de ajuda ao Banco Alimentar.

© Folha Nacional

 

Os principais problemas identificados pelos inquiridos estão relacionados com a saúde, a governação, a corrupção e a inflação e indicam que os portugueses consideram que todas estas áreas estão pior do que há um ano. Este estudo foi feito já depois de António Costa comunicar a sua demissão de primeiro-ministro, e demonstram um agravamento na perceção dos inquiridos relativamente ao país. Quanto à questão sobre se o país está pior, igual ou melhor do que há um ano, 75 por cento indica que está pior, 14 por cento revela que está igual e apenas dez por cento avalia a situação do país como melhor. Um por cento não responde ou afirma não saber.
“Houve um aumento dos pedidos de ajuda alimentar e já não são só idosos, mas também trabalhadores com baixos rendimentos e famílias com crianças.”
Relativamente à perceção de quais são os principais problemas do país, 18 por cento aponta a saúde como a área que mais os preocupa, o que não é de estranhar, tendo em conta os problemas que são reportados de forma diária nas notícias, dando conta de urgências fechadas, falta de médicos, falta de acesso a cuidados de saúde e longas filas de espera. Segue-se a área da governação, corrupção e custo de vida, que colhem 11 por cento das críticas, o que também se percebe, olhando para a instabilidade governativa e os casos de justiça que envolvem o Governo e os seus membros.
O problema da habitação vem logo a seguir, com sete por cento dos portugueses a indicarem o aumento das taxas de juro com implicação nos empréstimos e o valor das rendas como uma dificuldade nos tempos que correm.
Também os salários baixos, as pensões de miséria e a pobreza são apontados por seis por cento dos inquiridos.
Há também outros problemas do país identificados por quem respondeu a este estudo, prendendo-se com: Economia/investimento (4%); Impostos (4%); De- missão do PM e a instabilidade política (4%); credibilidade e capacidade dos políticos (4%). Há ainda um dado interessante que convém ressalvar. A imigração surge pela primeira vez como um dos principais problemas do país para 3% dos inquiridos. Este estudo foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias 15 e 24 de novembro de 2023, aos eleitores residentes em Portugal, tendo sido obtidos 1102 inquéritos válidos. 41% dos inquiridos eram mulheres, sendo que a distribuição geográfica era a seguinte: 31% da região Norte, 20% do Centro, 33% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 5% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Segundo o estudo, “a margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1102 inquiridos é de 3,0%, com um nível de confiança de 95%.”
A par desta sondagem, a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome indica que a pobreza está a aumentar e que há cada vez mais pedi- dos de ajuda à instituição a que preside. Em declarações ao Jornal de Notícias, Isabel Jonet indica que “houve um aumento dos pedidos de ajuda alimentar e verificámos uma tipologia diferente. Já não são só idosos com baixas reformas, mas também trabalhadores com baixos rendimentos e famílias com crianças, que viram as taxas de juro dos créditos à habitação aumentarem”.
O Banco Alimentar empreendeu, entretanto, uma campanha sob o lema “a sua ajuda pode ser o que falta à mesa de uma família”, apelando à generosidade dos portugueses “numa altura em que se agravam as situações de carência alimentar de muitas famílias portuguesas”, segundo Isabel Jonet.

Últimas de Política Nacional

O primeiro-ministro apresentou a Pedro Nuno Santos uma contraproposta sobre a redução do IRC, que em vez de cair para 17% no final da legislatura decresce para 15%, sendo que em 2025 o corte é de um ponto percentual.
O partido CHEGA apresentou, na quarta-feira, dia 25 de setembro, um Projeto de Resolução que recomendava ao Governo a alteração das regras de inscrição nas creches aderentes ao programa “Creche Feliz”, de forma a dar prioridade às crianças cujos pais sejam trabalhadores.
O primeiro-ministro e líder do PSD acusou hoje o PS de querer condicionar "80% da margem orçamental" do Governo, rejeitando o argumento de que na negociação do próximo Orçamento só estejam em causa duas medidas ou 1% do documento.
O presidente do CHEGA considerou hoje que o Governo está a "reconhecer que vai deixar cair" a redução do IRC e a "capitular ao PS e à esquerda" nessa matéria e "provavelmente" abandonará também a proposta de IRS Jovem.
O Conselho de Estado reúne-se hoje à tarde num contexto de negociações orçamentais, em que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assume que tem exercido pressão para a aprovação do Orçamento para 2025.
O líder do CHEGA acusou hoje o primeiro-ministro de ter mentido quando assegurou não ter qualquer acordo orçamental com o PS e o Presidente da República de perturbar o funcionamento das instituições e ser fonte de intriga.
O aumento do suplemento da condição militar dos atuais 100 para 300 euros começa a ser pago no próximo mês e terá retroativos a 01 de julho, anunciou hoje o Ministério da Defesa Nacional.
O presidente do CHEGA defendeu que a manifestação de hoje contra o que o partido considera ser a “imigração descontrolada” foi o “tiro de partida” para um movimento de recuperação da identidade nacional.
O presidente do CHEGA afirmou que hoje é “um dia histórico”, dizendo que se juntaram “quase três mil pessoas” em Lisboa para se manifestarem contra a imigração que o partido considera estar descontrolada.
A revisão da lei das finanças locais e afinamentos no processo de descentralização são áreas pendentes para o último ano deste mandato autárquico, agitado por uma corrida à execução do PRR, parte da qual da responsabilidade dos municípios.