Ventura quer abolir portagens em quatro anos. Quanto pode custar?

O presidente do CHEGA, André Ventura, estabeleceu hoje como horizonte temporal abolir as portagens em todo o país no decurso de uma legislatura e estimou que a medida possa custar mil milhões de euros.

© Folha Nacional

Em declarações aos jornalistas à chegada a um jantar/comício na Guarda, o presidente do CHEGA foi instado a detalhar o compromisso que fez ao almoço de abolir as portagens em todo o território nacional, começando pelas do interior e Via do Infante.

André Ventura considerou que “é possível” fazê-lo, “de forma faseada, ao longo de uma legislatura”.

O líder do CHEGA voltou a referir que quer “lançar uma comissão que possa avaliar os contratos de concessão um a um”.

“Nós temos um estudo que é das Infraestruturas de Portugal, que foi feito numa altura em que se discutia – até outros partidos – se fazia sentido ou não abolir as portagens, e apontavam um valor entre 968, 965, a 1060 ou 1070 milhões de euros como a receita total”, afirmou, sem especificar qual o estudo a que se referiu.

O cabeça de lista por Lisboa indicou que este valor se aproxima do excedente orçamental, que em janeiro foi de 1.177 milhões de euros.

André Ventura disse, no entanto, que “este valor não pode ser visto assim, porque também há muitas melhorias e investimento nas 20 e tal concessões que foram feitas e que teriam de ser devolvidas ao Estado”, indicando que este é um tema para analisar “com profundidade” pois há questões a “avaliar bem”.

“O Estado terá que compensar a concessão que fez, uma vez que negociou mal”, sustentou, indicando que o Estado pagaria “pelos contribuintes esse valor de indemnização”.

“Não podemos simplesmente chegar lá e dizer olha, isto agora é nosso. Nós não podemos nacionalizar as estradas, as que são condicionadas. O que podemos é olhar para números e para contratos e fazer um compromisso com as pessoas de que estamos a trabalhar a sério nisto”, disse.

André Ventura defendeu que o fim do pagamento de portagens “faz muita falta ao país” e alegou que em Espanha “não há portagens nas autoestradas”, apesar de não ser assim.

O presidente do CHEGA indicou que o partido quer abolir as portagens em todo o país, mas no programa eleitoral do CHEGA consta apenas uma referência a acabar com o pagamento nas do interior.

Sobre o apelo de Rui Rocha de uma maioria clara para a Iniciativa Liberal e para a Aliança Democrática (AD), André Ventura ironizou: “E eu peço que o Benfica ganhe o jogo”.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

Na ocasião, o presidente do CHEGA foi questionado também sobre a falta de resposta aos desafios que tem lançado nos últimos dias a outros partidos. André Ventura disse que “geralmente os portugueses não gostam da arrogância” e garantiu que vai “continuar a lançar desafios” que considera “importantes para os portugueses”.

“Se os meus interlocutores acham que o terceiro maior partido deve ser desprezado nestas eleições, talvez no dia 11 acordem com uma surpresa desagradável, como todas as sondagens mostram. Se PS e PSD acham que o Portugal de 2024 é o mesmo de 1974 ou de 1984 ou 1994, eu ontem disse que era um sismo, eles podem acordar num cataclismo verdadeiramente”, afirmou.

André Ventura considerou ainda que o “eleitorado já percebeu a aldrabice e a burla que estes dois partidos são, portanto não vão fazer voto útil nenhum” e reiterou o objetivo de vencer as eleições legislativas de 10 de março.

“Nós vamos ter três blocos nestas eleições, a escolha será entre um governo de direita ou um governo do PS suportado pelo PSD, porque nós nunca suportaremos um governo do PS. Não vai haver aqui outras contas, não há aqui magia”, alegou.

Últimas de Política Nacional

O líder do CHEGA, André Ventura, marcou presença esta quarta-feira numa manifestação organizada pela Associação Solidariedade Imigrante, junto ao Parlamento, noticia a RTP.
O ex-presidente da Câmara de Pombal Diogo Mateus, do PSD, foi hoje condenado, em Leiria, a pena suspensa por crimes de peculato e falsificação de documentos, enquanto o seu antigo chefe de gabinete, João Pimpão, foi absolvido.
Os deputados da Comissão de Orçamento e Finanças aprovaram hoje as audições de Autoridade da Concorrência, Banco de Portugal e Associação Portuguesa de Bancos sobre a prescrição de coimas aos bancos no processo designado como “cartel da banca".
O líder do CHEGA, André Ventura, apresentou-se hoje como o candidato a Presidente da República antissistema, e defendeu que a sua participação nas eleições presidenciais do próximo ano é uma forma de liderar a oposição.
O líder do CHEGA, André Ventura, vai candidatar-se a Presidente da República nas eleições presidenciais do início do próximo ano, confirmou hoje à agência Lusa fonte oficial do partido.
O CHEGA propôs a audição com urgência do secretário de Estado da Agricultura na Assembleia da República para prestar esclarecimentos sobre a investigação por alegadas suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais.
O presidente do CHEGA mostrou-se hoje disponível para voltar a candidatar-se a Presidente da República, apesar de não considerar a solução ideal, e indicou que o objetivo é apoiar um candidato que dispute a segunda volta.
O líder do CHEGA, André Ventura, anunciou hoje que voltará a ser candidato à presidência do partido no próximo congresso, que ainda não está marcado.
Liderados pela deputada e coordenadora nacional da Juventude do partido, Rita Matias, os jovens defenderam o legado de Kirk como símbolo da luta pela pátria, família e liberdade.
O CHEGA surge pela primeira vez na liderança das intenções de voto em Portugal, de acordo com o mais recente Barómetro DN/Aximage, publicado pelo Diário de Notícias.