Cinco sindicatos de enfermeiros unem-se em compromisso pela enfermagem

Cinco sindicatos de enfermeiros uniram-se hoje em compromisso pela enfermagem e redigiram um memorando de entendimento com as reivindicações conjuntas, que pretende ser “um sinal de força” para a profissão, mas também para a negociação com o futuro Governo.

© D.R.

O documento foi hoje entregue ao bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Filipe Barreira, na sede da ordem, em Lisboa, onde os presidentes do Sindicato de Enfermeiros (SE), do Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE), Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR), Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU) e Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE) realizaram uma conferência de imprensa para explicar as razões que os levaram a assumir este compromisso.

A abrir a conferência, a presidente do SITEU, Gorete Pimentel, salientou que o documento foi redigido com a intenção de que, seja quem for o Governo que vença as eleições no próximo dia 10, perceba que “os enfermeiros têm uma palavra a dizer este ano de 2024”.

“Hoje, 05 de março, será o dia zero de luta dos enfermeiros e nós iremos este ano exigir que os enfermeiros tenham uma palavra nas negociações e sejam considerados e tidos em conta para que haja uma revisão da sua tabela salarial [no SNS] e o término da negociação do acordo coletivo de trabalho, que está praticamente terminada”, afirmou a dirigente sindical.

O presidente do SIPE, Fernando Mendes Parreira, disse, por seu turno, que este compromisso representa “um sinal de força para a profissão”.

“Os cinco sindicatos representam maioritariamente o número de enfermeiros sindicalizados em Portugal e, só desta forma, poderemos ter alguma força negocial”, salientou Mendes Parreira.

Ao longo destes anos, considerou, o Governo “valorizou a profissão de uma forma muito subtil”, deixando os enfermeiros “sempre para atrás em todas as reformas que foram feitas”.

“Chegou o momento de dizer basta, chegou o momento dos enfermeiros serem colocados em cima da mesa para negociar a reforma do Serviço Nacional de Saúde e isto, de alguma forma, só pode ser feito com união e compromisso”, declarou Mendes Parreira, frisando que “os enfermeiros estão a dar um grito para a mudança”.

Questionados sobre se vão marcar forma de lutas, o presidente do SNE, Emanuel Boieiro, esclareceu que não vão avançar com protestos “sem primeiro saber a resposta do próximo governo” às reivindicações da classe.

O líder sindical adiantou que o primeiro passo dos sindicatos será reunir imediatamente com o novo primeiro-ministro, os ministérios da Saúde e das Finanças e com os que decidem as questões dos enfermeiros.

“Como sindicatos estamos preparados para qualquer forma de luta a qualquer momento. Sozinhos, individualmente ou em conjunto, mas como nós estamos abertos ao diálogo (…) não se pode, à partida, estar a estabelecer como objetivo formas de luta”, disse Emanuel Boeiro, rematando: “O governo é que vai decidir se os enfermeiros vão ou não para formas de luta”.

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Pedro Costa, destacou, por sua vez, a importância “da mesa negocial conjunta”, porque fortalece a posição dos sindicatos.

“O que está escrito neste memorando são situações que devem ser revistas e de alguma forma também colocamos a pressão sobre o Governo, porque efetivamente é quem têm o poder de desbloquear as verbas, o poder de negociar e, se estivermos unidos acho que, acima de tudo, mostramos união para dentro, ou seja, para a profissão”, mas também um compromisso com a população, que são sempre os prejudicados pelas formas de luta, vincou.

Mas, avisou Pedro Costa, se chegar-se a esse limite, é preciso começar a responsabilizar os políticos pelas decisões que tomam.

O presidente do Sindepor, Carlos Ramalho, acrescentou que os sindicatos estão unidos na luta pela dignificação da profissão, mas esclareceu que não vai surgir nenhuma federação.

“Cada sindicato é individual, mas há aqui uma plataforma de entendimento. É isso que nós queremos que passe a mensagem e que o sinal seja muito claro de que podemos trabalhar em conjunto e demonstrar isso aos enfermeiros”.

Últimas do País

A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) manifestou hoje preocupação sobre alguns aspetos da prova final de Matemática do 9.º ano realizada na sexta-feira, criticando o facto de não ser pública e da escolha do formato digital sem debate prévio.
O crime ocorreu quando a vítima se dirigia para a zona dos jazigos e “foi abordada de surpresa por três indivíduos, alegadamente de origem indo-paquistanesa, tendo um deles roubado por esticão a peça de ouro”, cita o CM.
O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) anunciou hoje uma paralisação nacional para os dias 9 e 10 de julho e paralisações regionais para 11, 14 e 15 de julho, para contestar o movimento de magistrados.
A presidente da Associação Nacional de Cuidadores Informais (ANCI) disse hoje à Lusa que a petição lançada em fevereiro para exigir direitos e apoios para todos os cuidadores e ex-cuidadores informais vai ser entregue na Assembleia da República, na quarta-feira.
Um incêndio florestal que deflagrou hoje ao início da tarde no concelho de Avis, distrito de Portalegre, está em fase de resolução, revelou à agência Lusa fonte da Proteção Civil.
Feitas as contas, uma família de dois adultos com duas crianças pode receber, no total de apoios, perto de 1500 euros por mês. Enquanto isso, uma em cada cinco crianças vive em risco de pobreza.
A Força Aérea responsabiliza a Proteção Civil pela localização dos meios aéreos de combate a incêndios, sublinhando que apenas tem a cargo o processo de contratação, e prevê a disponibilidade de mais dois aviões até ao final do mês.
O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) decide hoje se avança para uma greve ou outras ações para contestar o movimento de magistrados, que a maioria dos procuradores quer anular e o procurador-geral da República decidiu manter.
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) anunciou hoje a abertura de um novo concurso público, a decorrer em julho, para recrutar mais 200 Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH). Com a entrada destes profissionais, o INEM vai aumentar os seus quadros de TEPH de cerca de 1.100 para 1.300.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) alertou hoje para o aumento da transmissão do vírus da hepatite A no país, onde foram notificados 504 casos de infeção entre 01 de janeiro e 31 de maio.