CHEGA saúda “vitória” no Alentejo ao conseguir 3 deputados (e mais votos)

As distritais do CHEGA em Évora, Portalegre e Beja consideraram hoje uma "vitória incrível" nas legislativas o resultado do partido no Alentejo, onde elegeu três deputados e mais do que duplicou os votos das eleições de 2022.

© Folha Nacional

Apesar de o PS ter sido o partido mais votado no Alentejo, nas eleições legislativas de domingo, o CHEGA alcançou o 2.º lugar em Portalegre e em Beja e ficou em 3.º em Évora, aí ultrapassado pela Aliança Democrática (AD), formada por PSD, CDS-PP e PPM.

De acordo com o mapa oficial da Comissão Nacional de Eleições (CNE) publicado em Diário da República, nas legislativas de 2022 o CHEGA obteve 20.291 votos, no conjunto dos círculos de Évora, Beja e Portalegre.

Agora, nas legislativas de domingo, o partido liderado por André Ventura conquistou no Alentejo 49.356 votos — também juntando os três círculos -, pelo que mais do que duplicou a votação face a 2022, granjeando mais 29.065 votos, segundo os dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI).

Numa leitura a nível distrital, comparando 2022 com 2024, esta força política passou em Évora de 7.221 votos para 17.846 (conseguiu mais 10.625), em Beja de 6.932 para 16.595 (subiu 9.663) e em Portalegre de 6.138 para 14.915 (aumentou 8.777).

No círculo eleitoral de Portalegre, os socialistas elegeram Ricardo Pinheiro, antigo secretário de Estado do Planeamento, e o CHEGA conquistou o outro mandato, levando para a Assembleia da República (AR) Henrique de Freitas, antigo secretário de Estado do PSD.

Na sua página na rede social Facebook, a Distrital de Portalegre do CHEGA aplaudiu esta “vitória incrível”.

“Afastámos um passado sempre ligado aos partidos do costume (PS e PSD) e iniciámos um novo ciclo de futuro com o partido CHEGA”, pode ler-se na publicação, assinada pela presidente da distrital, Rosário Milhinhos, e pelo deputado eleito Henrique de Freitas.

Já a Distrital de Évora, num comunicado enviado à Lusa, disse que a eleição como deputado de Rui Cristina “marca uma viragem significativa na representação política” na região.

Rui Cristina desfiliou-se em janeiro passado do PSD, partido pelo qual tinha sido eleito deputado por Faro em 2019 e em 2022, e vai sentar-se agora na bancada do CHEGA.

Segundo a distrital, “apesar de inicialmente poder existir alguma estranheza” quanto a esta candidatura, “a população de Évora compreendeu a importância de eleger alguém comprometido com a realidade e as necessidades do distrito”.

Os outros deputados eleitos por Évora foram Luís Dias, pelo PS, e Sónia Ramos, pela AD.

No círculo de Beja, o CHEGA garantiu a eleição de Diva Ribeiro para a AR e, numa nota enviada à Lusa, o presidente da distrital do partido, Mário Cavaco, considerou que “cada voto expresso foi mais do que uma escolha política”.

“Foi um grito de indignação contra décadas de promessas vazias, políticas partidárias e interesses pessoais acima do bem comum”, frisou o responsável, defendendo que, agora, “é imperativo” que os líderes políticos nacionais “reconheçam a gravidade da situação” e priorizem “os interesses do país sobre os interesses partidários”.

O distrito vai ainda estar representado no hemiciclo pelos deputados Nélson Brito, eleito pelo PS, e Gonçalo Valente, da AD.

Também ao analisar os dados das eleições de domingo, é possível constatar que o melhor e o pior resultado concelhio do CHEGA, em cada um dos três distritos alentejanos, são sempre díspares do posicionamento da CDU (PCP/PEV) na ‘tabela’.

Ou seja, nos concelhos onde o partido de André Ventura teve a votação mais alta, os comunistas foram menos votados, como é o caso de Elvas (distrito de Portalegre), em que o CHEGA venceu (36,53%) e a CDU ficou em 5.º lugar, com 2,11%. Em sentido oposto, nos municípios com a pior votação para o CHEGA, como Mora (distrito de Évora) em que ficou em 4.º lugar com 14,57%, o a coligação PCP/PEV foi mais forte e ficou na 2.ª posição, com 22,95%.

Últimas de Política Nacional

O candidato a Belém André Ventura acusou hoje o Presidente da República de ter condicionado a aprovação das novas leis de estrangeiros e da nacionalidade e criticou-o pelo silêncio sobre a situação na saúde.
Apesar de o PS ter vencido as eleições autárquicas, Jorge Novo foi derrubado da presidência da Assembleia Municipal de Bragança, com Eduardo Malhão, do PSD, a assumir o cargo graças aos votos dos presidentes de junta.
A recontagem dos votos para a Câmara Municipal de Lisboa, feita hoje em assembleia de apuramento geral, confirmou a eleição de um segundo vereador para o CHEGA.
O socialista Marco Costa, deputado municipal recém-empossado em Setúbal, foi detido pela polícia por suspeitas de roubo em plena via pública. O autarca, filho do antigo vereador Catarino Costa, deverá ser ouvido por um juiz para conhecer as medidas de coação.
O barómetro DN/Aximage mostra um duelo cada vez mais aceso pela liderança. Ventura sobe nas preferências e mostra que está pronto para disputar Belém até ao fim.
O candidato presidencial André Ventura reagiu com indignação às queixas apresentadas na Comissão Nacional de Eleições (CNE), considerando que está a ser alvo de uma tentativa de silenciamento e perseguição política.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, revelou esta sexta-feira no Parlamento que 154 bebés nasceram fora de unidades hospitalares em 2025, até ao momento.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, esteve esta sexta-feira no Parlamento para defender a proposta de Orçamento do Estado para 2026 na área da Saúde, mas acabou por enfrentar momentos tensos, sobretudo com o CHEGA a exigir responsabilidades políticas pelo caso trágico da morte de uma grávida no Hospital Amadora-Sintra.
O Governo vai cortar mais de 200 milhões em despesa com medicamentos e material de consumo clínico, segundo a nota explicativa do Orçamento do Estado para 2026, que prevê uma redução de 136 milhões nos bens e serviços.
O ministro da Presidência comprou à empresa do cunhado um imóvel em Lisboa pelo mesmo preço de 2018. O governante defende que “não houve qualquer preço de favor”.