Putin avisa que o país não se vai deixar intimidar

O Presidente russo, Vladimir Putin, reeleito para mais seis anos no Kremlin, advertiu que a Rússia não se vai deixar intimidar pelos adversários.

© Site Oficial da Federação Russa

 

O líder do Kremlin, no poder há quase um quarto de século, obteve mais de 87% dos votos quando mais de 99% das mesas estavam contadas, segundo a agência oficial russa Ria Novosti, que citou a comissão eleitoral.

Este foi o melhor resultado de Putin de sempre numa eleição em que a oposição foi excluída, escreveu a agência France-Presse (AFP).

Dirigindo-se aos russos no final da noite de domingo, o líder agradeceu a todos os que foram às urnas e ajudaram a criar as condições para a “consolidação política interna”, dois anos após o início do ataque à Ucrânia e a adoção de sanções sem precedentes pelo Ocidente.

“Gostaria de vos agradecer a todos e a todos os cidadãos do país, pelo vosso apoio e confiança”, disse à equipa de campanha.

“Não importa quem nos quer intimidar ou quanto, não importa quem nos quer esmagar ou quanto (…), nunca ninguém conseguiu fazer nada assim na história. Não funcionou hoje e não vai funcionar no futuro”, disse o Presidente de 71 anos.

Os três candidatos derrotados por Vladimir Putin na corrida à Presidência da Rússia reconheceram no domingo a vitória do atual chefe de Estado, quando 52% de boletins tinham sido contabilizados.

“O povo da Rússia demonstrou como nunca à comunidade internacional que pode unir-se e consolidar-se”, disse o candidato comunista, Nikolai Kharitonov, que teve 4% dos votos, seguido de Leonid Slutsky, do nacionalista Partido Liberal Democrata, e Vladislav Davankov, do Novo Partido Popular.

Kharitonov, de 75 anos, acrescentou, citado pela agência espanhola de notícias EFE, que teve um “resultado digno” nas eleições presidenciais russas, que a generalidade da comunidade internacional considera terem sido viciadas.

A vitória de Putin, disse, por seu turno, o candidato do Novo Partido Popular, foi “indubitável”, mantendo o atual Presidente russo no poder por mais seis anos, até 2030.

Leonid Slutski, com 3,12%, classificou o resultado de histórico.

A oposição foi impedida de concorrer e organizar comícios, já que a Comissão Eleitoral Central não inscreveu os seus candidatos, que apoiavam a retirada das tropas da Ucrânia, por motivos técnicos ou irregularidades formais, escreveu a EFE.

Os três dias de eleições, que decorreram entre sexta-feira e domingo, foram marcados por bombardeamentos ucranianos mortíferos e incursões de combatentes armados que se dizem russos pró-Ucrânia nas regiões fronteiriças da Rússia, bem como por protestos nas assembleias de voto.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu Putin como um homem “embriagado pelo poder”, com a intenção de “governar para sempre”.

Já o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, lamentou a falta de eleições “livres e justas” na Rússia, e os Estados Unidos criticaram as eleições realizadas em territórios ucranianos ocupados por Moscovo.

Por outro lado, os líderes da Venezuela, Cuba e Bolívia felicitaram Putin pela reeleição.

O líder venezuelano, Nicolás Maduro, enviou “felicitações ao povo irmão da Rússia e ao Presidente Vladimir Putin pela extraordinária vitória”.

Por sua vez, o Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, expressou “sinceras felicitações pela reeleição de Putin”, um resultado que “é um sinal claro do reconhecimento do povo russo pela sua administração”.

Luis Arce, Presidente da Bolívia, enviou as “mais sinceras felicitações ao irmão Putin”, reeleito “com uma vitória retumbante que reafirma a unidade do povo corajoso em torno da sua soberania e desenvolvimento constante”.

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