Biden critica proibição de bandeira LGBT nas embaixadas por pressão republicana

O Presidente norte-americano, Joe Biden, criticou a proibição, por pressão da oposição republicana no Congresso, de ser hasteada nas embaixadas dos Estados Unidos a bandeira arco-íris da comunidade LGBT.

© Facebook / President biden

Esta medida foi aprovada no sábado com a promulgação pelo Presidente da lei sobre o orçamento dos EUA, um texto aprovado horas antes pelo Congresso e que valida o financiamento de 1,2 biliões de dólares (cerca de 1 bilião de euros) ao Estado federal até 30 de setembro, evitando assim uma paralisação (“shutdown”) da administração pública.

Durante as prolongadas negociações entre democratas e republicanos no Congresso, a direita conservadora introduziu no texto orçamental de 1.100 páginas a proibição às embaixadas norte-americanas em todo o mundo de hastear a bandeira LGBT.

“O Presidente Biden considera desagradável aproveitar a necessidade de permitir que o governo funcione para incluir esta medida que visa os americanos LGBTQI+”, disse um porta-voz da Casa Branca no sábado.

“Nós conseguimos fazer cair mais de 50 outras medidas que atacam a comunidade LGBTQI+ que os republicanos do Congresso estavam a tentar incluir na lei”, acrescentou o porta-voz, sublinhando que “o Presidente comprometeu-se a lutar pela igualdade dos LGBTIQI+ no seu país e no exterior”.

A lei estipula que apenas a bandeira norte-americana e as bandeiras oficiais podem beneficiar de financiamento para ser hasteadas nas chancelarias.

Esta medida faz parte de uma batalha cultural de longa data entre democratas e republicanos.

Sob a presidência de Donald Trump, o chefe da diplomacia Mike Pompeo ordenou que apenas a bandeira norte-americana fosse hasteada nas embaixadas, provocando protestos vivos da comunidade LGBT.

No poder desde 2021, Biden tornou a defesa das minorias sexuais um eixo da sua diplomacia. O seu secretário de Estado, Antony Blinken, não só autorizou, como encorajou as missões diplomáticas a hastear a bandeira do arco-íris em junho, o mês das festividades LGBT.

O Senado norte-americano não aprovou a lei orçamental antes do prazo fatídico da meia-noite de sexta-feira, que deveria desencadear a paralisação (‘shutdown’) de parte da administração pública.

No entanto, democratas e republicanos acabaram por chegar a acordo e aprovar por 74 votos a favor contra 24 o projeto de lei orçamental no valor de 1,2 biliões de dólares (cerca de um bilião de euros).

O ligeiro atraso não terá impacto nos ministérios norte-americanos, uma vez que “as obrigações de fundos federais são incorridas e monitorizadas diariamente”, explicou a Casa Branca.

As perspetivas de uma paralisação de curto prazo do governo pareciam aumentar na noite de sexta-feira, depois de republicanos e democratas desentenderem-se sobre as emendas propostas ao projeto de lei, mas o líder democrata do Senado norte-americano acabou por anunciar um acordo.

Antes de chegar ao Senado (câmara alta do Congresso dos EUA), o projeto foi aprovado pela Câmara dos Representantes (câmara baixa) por 286 votos contra 134.

O primeiro pacote de projetos de lei, que financiou os departamentos de Assuntos de Veteranos, Agricultura e Interior, entre outros, foi aprovado pelo Congresso há duas semanas, faltando apenas algumas horas para que o financiamento expirasse para esses departamentos.

O segundo pacote abrange os departamentos de Defesa, Segurança Interna e Estado, bem como áreas do governo.

“Este acordo representa um compromisso, o que significa que nenhum dos lados conseguiu tudo o que queria”, disse Joe Biden, em comunicado.

O Presidente norte-americano considerou que o acordo “rejeita cortes extremos dos republicanos e expande o acesso a cuidados infantis, investe na investigação do cancro, financia cuidados de saúde mental e de consumo de substâncias, promove a liderança americana no estrangeiro e fornece recursos para proteger a fronteira”.

“É uma boa notícia para o povo americano”, afirmou.

Últimas de Política Internacional

O Tribunal Constitucional indicou esta terça-feira que não admitiu as candidaturas às eleições presidenciais de Joana Amaral Dias, Ricardo Sousa e José Cardoso.
A Comissão Europeia anunciou hoje uma investigação formal para avaliar se a nova política da `gigante` tecnológica Meta, de acesso restrito de fornecedores de inteligência artificial à plataforma de conversação WhatsApp, viola regras de concorrência da União Europeia.
O Sindicato de Trabalhadores da Imprensa na Venezuela (SNTP) e o Colégio de Jornalistas (CNP), entidade responsável pela atribuição da carteira profissional, denunciaram hoje a detenção de um jornalista que noticiou a existência de um buraco numa avenida.
O Tribunal Constitucional da Polónia ordenou hoje a proibição imediata do Partido Comunista da Polónia (KPP), alegando que os objetivos e atividades do partido, refundado em 2002, violam a Constituição.
A Administração Trump suspendeu todos os pedidos de imigração provenientes de 19 países considerados de alto risco, dias após um tiroteio em Washington que envolveu um cidadão afegão, anunciou o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.
Federica Mogherini, reitora do Colégio da Europa e ex-chefe da diplomacia da União Europeia (UE), foi indiciada pelos crimes de corrupção, fraude, conflito de interesse e violação de segredo profissional, revelou a Procuradoria Europeia.
O Presidente ucraniano apelou hoje para o fim da guerra, em vez de apenas uma cessação temporária das hostilidades, no dia de conversações em Moscovo entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a Ucrânia.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, considerou hoje que a situação na Catalunha só se normalizará totalmente se o líder separatista Carles Puigdemont for amnistiado e regressar à região, tendo reconhecido "a gravidade da crise política" que enfrenta.
A Comissão Europeia confirmou hoje que foram realizadas buscas nas instalações do Serviço de Ação Externa da União Europeia (UE), em Bruxelas, mas rejeitou confirmar se os três detidos são funcionários do executivo comunitário.
A ex-vice-presidente da Comissão Europeia e atual reitora da Universidade da Europa Federica Mogherini foi detida hoje na sequência de buscas feitas pela Procuradoria Europeia por suspeita de fraude, disse à Lusa fonte ligada ao processo.