China chama hipócrita a Biden por acusações de xenofobia contra Pequim

A China acusou hoje o Presidente dos Estados Unidos de hipocrisia, um dia depois de Joe Biden ter criticado as autoridades do país asiático por alegada xenofobia e batota no comércio mundial de aço.

© Facebook de Wang Wenbin Chinese Foreign Ministry spokesperson 汪文斌

 

“Gostaria de lhe perguntar: está a falar da China ou está a falar dos Estados Unidos”, afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em conferência de imprensa, quando questionado sobre as declarações do líder norte-americano.

Durante uma visita de campanha ao estado norte-americano da Pensilvânia, Joe Biden acusou Pequim de “fazer batota” no comércio mundial de aço, prejudicando os fabricantes norte-americanos e os seus trabalhadores.

Trata-se de um eleitorado fundamental para as eleições presidenciais de novembro, nas quais deverá enfrentar o seu rival Donald Trump, que concorre pelo Partido Republicano.

“Eles são xenófobos”, disse o Presidente americano, referindo-se à China, durante um discurso na sede do sindicato dos trabalhadores do aço (USW) em Pittsburgh, a histórica capital do aço dos Estados Unidos.

O líder democrata lamentou o facto de as empresas siderúrgicas chinesas “não terem de se preocupar em obter lucros porque o Governo chinês as subsidia fortemente”.

“Não competem, fazem batota. E nós vimos os danos aqui na América”, acrescentou.

“Não estou à procura de um confronto com a China, quero concorrência, mas uma concorrência justa”, acrescentou Joe Biden, garantindo que não haverá “guerra comercial” com Pequim.

O Presidente norte-americano anunciou também na quarta-feira que pretende triplicar as taxas alfandegárias sobre o aço e o alumínio provenientes da China.

“Sempre pedimos aos Estados Unidos que respeitem sinceramente os princípios da concorrência leal, que respeitem as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que ponham imediatamente termo às suas medidas protecionistas contra a China”, reagiu o porta-voz Lin Jian.

“A China tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar os seus direitos legítimos”, sublinhou, sem especificar a natureza dessas medidas.

Os comentários de Joe Biden surgem num contexto de intensa rivalidade política e económica com a China, apesar do diálogo renovado entre os dois países.

Últimas do Mundo

A Aliança Atlântica está a acompanhar a situação na Coreia do Sul, depois da revogação pelo parlamento da lei marcial decretada pelo Presidente, anunciou hoje o secretário-geral da organização, insistindo na solidez da relação com Seul.
As autoridades ucranianas disseram hoje ter atacado “uma das principais bases aéreas” da aviação russa e atingido também um porto do Mar Negro que alberga navios de mísseis russos, utilizados em ataques à Ucrânia.
O Conselho da União Europeia (UE) deu hoje o aval às novas regras para a redução da exposição, nomeadamente das crianças, ao fumo passivo e aos aerossóis, no âmbito do plano europeu de luta contra o cancro.
O secretário-geral da Aliança Atlântica defendeu hoje o envio de apoio militar imediato à Ucrânia para lhe dar uma "posição de força" no momento das negociações com a Rússia.
Novos ataques russos a infraestruturas na Ucrânia causaram cortes generalizados de energia no oeste do país, a centenas de quilómetros da linha da frente do conflito, revelaram hoje as autoridades ucranianas.
O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que vai assistir, no sábado, à reabertura da catedral de Notre-Dame, em Paris, onde são esperados cerca de 50 chefes de Estado e de Governo.
O presidente norte-americano indultou hoje o filho em três condenações relacionadas com posse de armas e ocultação de consumo de drogas às autoridades, argumentando que tiveram motivações políticas.
A Rede Europeia Anti-Pobreza exigiu hoje investimento "sério e comprometido" para melhorar os cuidados a idosos e garantir melhores condições a quem cuida desta população, de forma formal ou informal.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, rejeitou hoje as acusações sobre Israel estar a violar o acordo de cessar-fogo com os libaneses do Hezbollah.
O Presidente sírio, Bashar al-Assad, prometeu hoje usar a “força” para erradicar o “terrorismo”, após grupos rebeldes tomarem a cidade de Alepo, numa operação relâmpago que já causou mais de 300 mortos.