EUA preparam-se para vetar na ONU resolução sobre admissão da Palestina

Os Estados Unidos vão opor-se a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para admitir a Palestina como Estado-membro de pleno direito da organização, indicou hoje o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Vedant Padel.

© Facebook de Linda Thomas-Greenfield

 

Com o voto contra de Washington, a resolução será rejeitada apesar de obter o apoio da maioria dos membros do Conselho de Segurança, porque os Estados Unidos são um dos cinco membros permanentes daquele órgão (juntamente com Rússia, China, França e Reino Unido), os únicos com poder de veto.

“Fomos muito claros ao dizer que ações prematuras em Nova Iorque, embora tenham as melhores intenções, não conseguirão que a Palestina seja reconhecida como um Estado”, afirmou Padel numa conferência de imprensa em Washington.

Na opinião dos Estados Unidos, sublinhou o porta-voz, a Palestina não cumpre as condições para poder ser considerada um Estado-membro da ONU.

“O [movimento islamita palestiniano] Hamas, uma organização terrorista, é que está a exercer o poder e a influência” na Faixa de Gaza, sustentou Padel.

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano afirmou ainda que, se a Palestina for autorizada a aderir à ONU, os Estados Unidos “retirarão” o seu financiamento.

Os Estados Unidos são atualmente o país que mais contribui para a ONU, tendo entregado à organização mais de 18 mil milhões de dólares (16,9 mil milhões de euros) no ano passado.

O Conselho de Segurança da ONU tem agendada para a tarde de hoje (17:00 locais, 22:00 de Lisboa) a votação da resolução sobre a admissão da Palestina como Estado-membro de pleno direito da ONU, mas nesta fase havia incerteza quanto ao resultado.

Para ser aprovada, uma resolução requer nove votos a favor (dos dez membros não-permanentes do órgão) e que nenhum dos cinco membros permanentes se lhe oponha.

Dos países que já usaram da palavra, pronunciaram-se claramente a favor da admissão do Estado palestiniano a Rússia, a China, a Argélia, Malta, a Eslovénia, a Serra Leoa, Moçambique e a Guiana.

De forma mais ambígua expressaram-se o Reino Unido, França, o Japão, a Coreia do Sul e o Equador, que poderão abster-se, ao passo que se desconhece como votará a Suíça.

A resolução em prol da admissão do Estado palestiniano nas Nações Unidas foi apresentada pela Argélia, em nome do Grupo Árabe da ONU, e já suscitou um apoio unânime dos países muçulmanos e dos não-alinhados, além de alguns europeus, como é o caso de Espanha.

Últimas do Mundo

Israel reivindicou hoje um "ataque dirigido" contra líderes do Hamas, sem especificar onde, pouco depois de terem sido registadas explosões na capital do Qatar, Doha, onde vivem responsáveis do movimento islamita palestiniano.
Um homem foi morto a tiro na manhã de hoje no município moçambicano da Matola, arredores de Maputo, no sul do país, provocando agitação social, no quarto caso violento que ocorre naquela região.
O ataque de hoje contra um autocarro em Jerusalém causou seis mortos e vários feridos, segundo um novo balanço das autoridades israelitas.
O Papa Leão XIV pediu hoje aos jovens para não desperdiçarem as suas vidas, ao discursar na canonização de Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis, este o primeiro santo 'millenial', já considerado padroeiro da Internet.
O estilista Giorgio Armani morreu aos 91 anos, anunciou hoje o Grupo Armani, em comunicado.
A defesa de Jair Bolsonaro afirmou hoje que não há "uma única prova" que ligue o ex-Presidente brasileiro a qualquer tentativa de golpe de Estado e afirmou que o arguido delator "mentiu".
O GPS do avião utilizado pela presidente da Comissão Europeia numa visita à Bulgária foi alvo de interferência e as autoridades búlgaras suspeitam que foi uma ação deliberada da Rússia.
Mais de 800 pessoas morreram e cerca de 2.700 ficaram feridas na sequência de um sismo de magnitude 6 e várias réplicas no leste do Afeganistão na noite de domingo, anunciou hoje o Governo.
Pelo menos três civis morreram e seis ficaram feridos em ataques russos na região ucraniana de Donetsk nas últimas 24 horas, declarou hoje o chefe da administração militar regional, Vadim Filashkin, na rede social Telegram.
Um navio de guerra norte-americano entrou no canal do Panamá em direção às Caraíbas, testemunhou a agência France-Presse, numa altura em que os planos de destacamento militar de Washington naquela região está a provocar a reação venezuelana.