Com o voto contra de Washington, a resolução será rejeitada apesar de obter o apoio da maioria dos membros do Conselho de Segurança, porque os Estados Unidos são um dos cinco membros permanentes daquele órgão (juntamente com Rússia, China, França e Reino Unido), os únicos com poder de veto.
“Fomos muito claros ao dizer que ações prematuras em Nova Iorque, embora tenham as melhores intenções, não conseguirão que a Palestina seja reconhecida como um Estado”, afirmou Padel numa conferência de imprensa em Washington.
Na opinião dos Estados Unidos, sublinhou o porta-voz, a Palestina não cumpre as condições para poder ser considerada um Estado-membro da ONU.
“O [movimento islamita palestiniano] Hamas, uma organização terrorista, é que está a exercer o poder e a influência” na Faixa de Gaza, sustentou Padel.
O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano afirmou ainda que, se a Palestina for autorizada a aderir à ONU, os Estados Unidos “retirarão” o seu financiamento.
Os Estados Unidos são atualmente o país que mais contribui para a ONU, tendo entregado à organização mais de 18 mil milhões de dólares (16,9 mil milhões de euros) no ano passado.
O Conselho de Segurança da ONU tem agendada para a tarde de hoje (17:00 locais, 22:00 de Lisboa) a votação da resolução sobre a admissão da Palestina como Estado-membro de pleno direito da ONU, mas nesta fase havia incerteza quanto ao resultado.
Para ser aprovada, uma resolução requer nove votos a favor (dos dez membros não-permanentes do órgão) e que nenhum dos cinco membros permanentes se lhe oponha.
Dos países que já usaram da palavra, pronunciaram-se claramente a favor da admissão do Estado palestiniano a Rússia, a China, a Argélia, Malta, a Eslovénia, a Serra Leoa, Moçambique e a Guiana.
De forma mais ambígua expressaram-se o Reino Unido, França, o Japão, a Coreia do Sul e o Equador, que poderão abster-se, ao passo que se desconhece como votará a Suíça.
A resolução em prol da admissão do Estado palestiniano nas Nações Unidas foi apresentada pela Argélia, em nome do Grupo Árabe da ONU, e já suscitou um apoio unânime dos países muçulmanos e dos não-alinhados, além de alguns europeus, como é o caso de Espanha.