“A procura de gás natural na UE tem vindo a diminuir há dois anos consecutivos. Após uma diminuição anual de 13,3% em 2022, a procura diminuiu mais 7,4% em 2023, totalizando 12,72 milhões de terajoules em 2023”, indica o Eurostat numa informação hoje publicada.
De acordo com o gabinete estatístico da UE, “este valor representa também a procura mais baixa registada desde o início da recolha de dados mensais acumulados em 2008”.
A redução deveu-se à entrada em vigor do regulamento europeu relativo a medidas coordenadas de redução da procura de gás, como parte do plano energético REPowerEU para acabar com a dependência da UE dos combustíveis fósseis russos, bem como à crise energética e ao aumento dos preços da energia.
Dados divulgados na semana passada pela Comissão Europeia revelaram que Portugal foi, em dois anos de plano energético RepowerEU, o nono país da UE a reduzir mais o consumo de gás, num total de 23%, acima do requisito de 15% ao nível comunitário.
Os dados constaram de um relatório por país divulgado pela Comissão Europeia a propósito dos dois anos do REPowerEU, criado para a UE reduzir a dependência dos combustíveis fósseis da Rússia, no qual Bruxelas indica que, entre agosto de 2022 e janeiro de 2024, Portugal registou um decréscimo de 23% no consumo de gás.
Portugal foi o nono dos 27 Estados-membros da UE com maior decréscimo, atrás de países como Dinamarca (-40%), Finlândia (-39%), Letónia (-30%), Suécia (-29%), Lituânia (-29%), Estónia (-28%), Holanda (-27%) e Luxemburgo (-26%), percentagens acima da meta de redução voluntária do consumo de gás natural ao nível europeu em torno de 15%.
“Portugal reforçou a segurança do seu aprovisionamento de gás, enquanto o aumento das energias renováveis no cabaz energético limitou a sua dependência das importações de energia”, assinalou o executivo comunitário.
Face às dificuldades e às perturbações do mercado mundial da energia suscitadas pela invasão russa da Ucrânia, a Comissão Europeia lançou em maio de 2022 o plano energético REPowerEU, visando poupar energia, produzir energia limpa e diversificar o aprovisionamento energético.
A UE tem vindo a reduzir as importações de gás russo (que chega por gasoduto), passando de uma dependência de 40% em 2021 para 8% em 2023.
Face a este plano, os 27 Estados-membros também já economizaram 20% do seu consumo de energia, introduziram um limite máximo ao preço do gás e ao preço do petróleo a nível mundial e duplicaram a implantação adicional de energias renováveis.