“Infelizmente, a China está agora a tentar impedir os países de participarem na cimeira de paz”, disse Zelensky aos jornalistas, à margem de um fórum de segurança em Singapura, citado pela agência francesa AFP.
Zelensky referiu que Pequim não pode dizer que aceita a soberania e a integridade territorial da Ucrânia “e, ao mesmo tempo, ser aliado de um país que viola os princípios da Carta das Nações Unidas”, referindo-se à Rússia.
A China indicou que não participará na cimeira se a Rússia não for convidada.
Segundo Zelensky, a China está a fazer “tudo o que está ao seu alcance” para obstruir a cimeira, através de um esforço diplomático para convencer outros países asiáticos e do chamado “sul global” a absterem-se de participar.
“A Ásia precisa de saber o que está a acontecer na Ucrânia. Precisamos do apoio dos países asiáticos. Precisamos muito do apoio dos países asiáticos”, afirmou, em declarações divulgadas pela agência Bloomberg.
Zelensky disse que a cimeira na Suíça contará com a presença de mais de 100 países e 75 chefes de Estado e de Governo, segundo a agência espanhola Europa Press.
A China disse na sexta-feira que seria difícil participar na cimeira se a Rússia não fosse convidada, uma declaração aprovada por Moscovo.
“Existe uma clara discrepância entre os preparativos para a conferência, por um lado, e as exigências da China e as expectativas gerais da comunidade internacional, por outro, o que torna difícil a participação da China”, afirmou a porta-voz da diplomacia chinesa Mao Ning.
“Caso contrário, será difícil para a conferência desempenhar um papel substancial no restabelecimento da paz”, acrescentou Mao numa conferência de imprensa em Pequim na sexta-feira.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também ainda não confirmou a presença na cimeira.
“Estamos desapontados com o facto de alguns líderes mundiais ainda não terem confirmado a sua participação na Cimeira da Paz”, comentou Zelensky em Singapura, sem mencionar o nome da China ou dos Estados Unidos.
Portugal irá participar na cimeira da paz com uma delegação liderada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e que inclui o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
A cimeira da paz na Suíça será antecedida por uma conferência sobre a reconstrução da Ucrânia, nos dias 11 e 12 de junho, em Berlim.