Várias vozes, sobretudo da direita e da direita radical, mas também do partido social-democrata do chanceler Olaf Scholz, têm pedido o regresso das deportações, na sequência de um esfaqueamento perpetrado por um afegão de 25 anos, em Mannheim, que matou um polícia de 29 anos e deixou cinco feridos.
O agressor tinha como alvo uma manifestação anti-islâmica organizada por um movimento próximo da direita radical, tendo o governo colocado a hipótese de um atentado islâmico e o Ministério Público antiterrorista ficou responsável pela investigação.
A ministra dos Negócios Estrangeiros, a ecologista Annalena Baerbock, notou, por seu lado, os desafios de segurança associados a um eventual reinício das deportações.
“Como é que podemos cooperar com um regime terrorista islâmico com o qual não temos relações? E como podemos excluir a possibilidade de o próximo ataque terrorista ser planeado a partir de lá?”, argumentou a ministra, num comunicado de imprensa, no qual lembrou que Berlim já não tem uma embaixada no país para apoiar os repatriamentos.
“Devemos às vítimas que os autores cumpram as suas penas na prisão e que os assassinos não sejam libertados no Afeganistão”, defendeu.
O agressor de Mannheim, referido como Sulaiman Ataee pela imprensa local, vive na Alemanha desde 2014, é casado e tem dois filhos, com quem vive num bloco de apartamentos em Heppenheim, no Estado de Hesse, a cerca de 35 quilómetros de Mannheim.
Segundo a revista Der Spiegel, o homem entrou no país como menor não acompanhado e pediu asilo. O seu pedido foi rejeitado, mas foi-lhe concedida uma proibição de deportação devido à situação de segurança no Afeganistão, tendo obtido uma autorização de residência por tempo determinado depois de casar com uma mulher alemã de origem turca em 2019.