Num comunicado hoje divulgado, a Câmara Municipal do Seixal, que organiza o festival, defende que “as artes, sobretudo a música, têm um papel fundamental no esclarecimento e mobilização dos cidadãos e na persecução de ideais que conduzam a sociedades mais solidárias, mais evoluídas e mais justas”.
“Numa altura em que assistimos ao avanço dos populismos e das derivas autoritárias um pouco por todo o mundo, e em que a ordem do dia é desinformar – sobretudo através da disseminação de notícias falsas – torna-se urgente intervir, informar e acordar consciências; como dizia o [músico] Zeca [Afonso]: ‘o que faz falta é avisar a malta’”, lê-se no comunicado.
Sob este mote, e “dando continuidade a um legado de resistência e luta que é marca identitária das gentes e da história do concelho”, a 5.ª edição do Festival do Maio acontece nos dias 19 e 20 de julho no Parque Urbano do Seixal.
No primeiro dia, 19 de julho, Manu Chao, “a voz de todos os que não têm voz”, apresenta um espetáculo integralmente acústico, no qual “promete revisitar todos os grandes êxitos da sua longa carreira e apresentar novas canções”.
Já os Eskorzo, “lendária banda de Granada, que criou uma sonoridade única baseada em estilos tão diversos como o rock, o ska, o reggae, o funk, e os ritmos africanos e latinos”, deverão aproveitar o concerto para apresentar ao vivo o oitavo álbum, “Historias de amor y otras mierdas”, editado no ano passado e no qual “continuam a experimentar e a refrescar a sua sonoridade e a escrever abertamente sobre questões sociais e políticas”.
No segundo dia, Marcelo D2 leva ao Festival do Maio as suas “letras interventivas que abordam assuntos como a discriminação social, a liberdade de expressão ou a repressão policial”, e Eu.Clides irá mostrar porque é “uma das maiores revelações da música portuguesa atual”.
Nos dois dias do festival, entre as atuações, serão mostrados vídeo poemas gravador por artistas de várias áreas, como cantores atores e escritores.
O Festival do Maio tem entrada gratuita, limitada à lotação do recinto.