O alerta, datado de quarta-feira mas hoje divulgado em comunicado, visa três lotes da marca Ozempic detetados em outubro no Brasil e Reino Unido e em dezembro nos Estados Unidos.
A OMS aconselha os profissionais de saúde e as autoridades reguladoras a estarem atentas e a cessarem a venda e o uso dos fármacos em causa.
Os lotes de Ozempic visados (na forma injetável) deturpam a sua identificação e origem, uma vez que não foram fabricados pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, refere a OMS.
De acordo com a organização, o número de lote LP6F832 (detetado no Brasil) não é reconhecido, a combinação do número de lote NAR0074 com o número de série 430834149057 (identificado nos Estados Unidos) não corresponde ao registo de fabrico genuíno e o número de lote MP5E511 (encontrado no Reino Unido) é autêntico, mas o medicamento é falso.
Para melhor identificar os fármacos, a OMS aconselha as autoridades e o público em geral a verificarem o número de lote e o número de série, a examinarem a caneta de administração do medicamento (as canetas Ozempic falsificadas podem ter uma escala que se estende para fora da caneta ao definirem a dose), a avaliarem a qualidade do rótulo (a etiqueta pode ser de má qualidade e não aderir bem à caneta) e a procurarem erros ortográficos (a embalagem pode ter erros deste tipo).
A OMS adverte que a utilização do medicamento Ozempic falso pode resultar no tratamento ineficaz dos doentes devido à dosagem incorreta, contaminação com substâncias nocivas ou uso de ingredientes desconhecidos ou substituídos.
“Pode representar outros riscos graves para a saúde devido à sua administração por injeção subcutânea”, alerta a agência da ONU, recomendando que as pessoas comprem medicamentos com receita de médicos licenciados e evitem a aquisição através de fontes desconhecidas ou não verificadas, como a internet.
O Ozempic tem como substância ativa o semaglutido, que é usado principalmente no tratamento da diabetes tipo 2, pois ajuda a baixar os níveis de açúcar no sangue, reduzindo o risco de complicações cardiovasculares.
Apesar dos benefícios da substância no tratamento da diabetes, a OMS desaconselha o seu uso devido ao elevado custo do fármaco.
A substância revelou-se também eficaz na perda de peso em adultos obesos ou com excesso de peso com problemas de saúde associados, uma vez que suprime o apetite.
Segundo a OMS, desde o final de 2022 tem havido uma procura crescente do fármaco, especialmente desde que determinadas marcas foram aprovadas para a perda de peso em alguns países.
A Organização Mundial da Saúde avisa que a procura do medicamento para emagrecer não sendo satisfeita “está provavelmente” a levar à produção falsificada do fármaco.
Em Portugal, o Ozempic, autorizado e comparticipado para o tratamento da diabetes de tipo 2, esgotou-se em finais de 2023 devido à sua prescrição para a perda de peso.