Fico está a recuperar dos graves ferimentos sofridos quando foi atingido por quatro tiros à queima-roupa, em 15 de maio, quando cumprimentava apoiantes na cidade de Handlova, no centro do país.
Na sequência do atentado, o presumível atirador, identificado pelos meios de comunicação eslovacos como o poeta Juraj Cintula, 71 anos, foi acusado de tentativa de homicídio premeditado e colocado em prisão preventiva.
“Com base nas provas obtidas, o ato julgado será qualificado juridicamente como um crime particularmente grave de terrorismo”, disse o Procurador-Geral eslovaco, Maros Zilinka, num comunicado citado pela agência espanhola EFE.
Uma porta-voz do Ministério Público, Zuzana Drobova, disse à agência francesa AFP que o suspeito foi hoje informado “de que se trata agora de um crime particularmente grave de atentado terrorista”.
Fico, 59 anos, lidera uma coligação de três partidos composta pelo seu partido populista e centrista Smer-SD, o partido centrista Hlas e o partido de extrema-direita SNS.
Após o atentado, foi submetido a duas longas operações num hospital da cidade de Banska Bystrica, no centro da Eslováquia, tendo sido transferido para Bratislava, a capital, em 31 de maio, para receber tratamento em casa.
O suspeito, membro da Associação de Escritores Eslovacos, afirmou mais tarde que não tinha intenção de matar o primeiro-ministro, que o classificou de “mensageiro do mal” da “oposição falhada” no país.
Fico foi empossado como primeiro-ministro no final de outubro pela quarta vez.
Tinha-se demitido em 2018, na sequência de protestos devido ao assassinato do jornalista Jan Kuciak, que investigava as atividades da máfia italiana no país.
A nova nomeação foi rodeada de controvérsia e críticas pela posição pró-russa de Fico em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.