Salários reais ainda estão abaixo do nível pré-pandemia em 16 países da OCDE

Os salários têm vindo a recuperar poder de compra recentemente, com a moderação da inflação, mas em termos reais continuam abaixo do nível pré-pandemia em 16 dos 35 países da OCDE para os quais existem dados disponíveis, incluindo Portugal.

Os salários têm vindo a recuperar poder de compra nos últimos meses, à medida que a inflação se moderou, mas em termos reais ainda estão abaixo do nível que tinham antes da crise em 16 dos 35 países da OCDE para os quais existem dados disponíveis.

No relatório anual sobre as perspetivas de emprego publicado hoje, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) explica que, em média, no primeiro trimestre deste ano, os salários foram 1,45% mais elevados do que no quarto trimestre de 2019, pouco antes do início da crise do coronavírus.

No entanto, o poder de compra dos salários continua a ser inferior em países como a Alemanha (-2%), Itália (-6,9%), Suécia (-7,5%), Austrália (-4,8%), Espanha (-2,5%) ou Estados Unidos (-0,8%).

Esta situação contrasta com a dos países em que os salários reais (excluindo o impacto da inflação) aumentaram mais de 5% durante aquele período, como a Costa Rica (5,1%), a Letónia (8,2%), a Lituânia (16,5%), a Polónia (9,3%), a Hungria (13,5%), a Eslovénia (9,2%), o México (5,4%) ou Israel (6,8%).

Em Portugal, os salários foram 5% mais elevados no primeiro trimestre deste ano do que no quarto trimestre de 2019.

Ao apresentar o relatório à imprensa, o diretor do departamento do emprego da OCDE, Stefano Scarpetta, sublinhou que as perdas de poder de compra acumuladas desde a crise da pandemia estão a ser corrigidas pela atenuação da inflação.

No primeiro trimestre de 2024, os salários reais tinham crescido em termos homólogos em 29 dos 35 países com dados disponíveis, com um aumento médio de 3,5%, mas apenas 1% nos Estados Unidos.

O aumento mais elevado em 12 meses foi registado na Costa Rica (16,4%), mas também ultrapassou os 5% na Letónia, Lituânia, Polónia, Hungria, Eslováquia, Eslovénia, México (5,7%) e Áustria.

As únicas exceções a estes aumentos foram a Bélgica, a Nova Zelândia, a Suécia e, sobretudo, o Japão, onde os salários perderam 1,76% do poder de compra em doze meses.

Em Portugal o aumento dos salários reais foi de 3% no primeiro trimestre deste ano em termos homólogos, abaixo da média da OCDE.

A evolução dos salários mínimos nos países onde existem dados foi marcadamente diferente, uma vez que desde a crise da pandemia (especificamente entre maio de 2019 e maio de 2024) aumentaram em termos reais em todos os países, exceto em Israel (-0,9%) e nos Estados Unidos (-18,46%).

No caso dos Estados Unidos, é de notar que, embora o salário mínimo federal não tenha sofrido alterações desde 2009, os salários fixados nos Estados mudaram.

Fora dessa situação particular, em média, nos 30 membros da OCDE onde existe um salário mínimo nacional, o aumento nesses quatro anos foi de 12,8%.

Os aumentos foram menos pronunciados em França (0,9%), no Japão (6,3%) ou em Espanha (6,5%), enquanto foram superiores à média na Colômbia (12,5%), na Alemanha (13,2%) ou no Reino Unido (13,3%), na Polónia (32,1%), na Turquia (41,7%) e, sobretudo, no México (86%).

Em abril, existiam 662 milhões de postos de trabalho na OCDE, mais 3,8% do que antes da crise da pandemia.

A taxa de desemprego afetava apenas 4,9% da população ativa, apenas uma décima de ponto percentual acima do mínimo da série histórica iniciada em 2001.

O aumento foi maior para as mulheres (5%) do que para os homens (3%).

Últimas de Economia

O Conselho da União Europeia (UE) aprovou hoje o acordo de pescas com o Canadá que duplica para 495 toneladas a quota de bacalhau de Portugal numa divisão da NAFO, reaberta em 2024 após 32 anos de encerramento.
Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) devem hoje dar aval a que Portugal invista mais em defesa sem correr o risco de ter procedimento por défice excessivo, aprovando a ativação da cláusula de escape nacional.
A Euribor desceu hoje em todos os prazos em relação a sexta-feira, e a seis meses recuou para um novo mínimo desde 13 de outubro de 2022.
O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump ameaçou impor uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que se alinhe com as políticas do bloco BRICS, que descreveu como sendo contra Washington.
Os preços homólogos das habitações aumentaram, no primeiro trimestre, 5,4% na área do euro e 5,7% na União Europeia (UE), com Portugal a apresentar o maior aumento (16,3%) entre os Estados-membros, divulga hoje o Eurostat.
Os clientes dos bancos estão a celebrar com maior frequência empréstimos à habitação com taxas de juro mistas, tipologia que abrangeu mais de 80% do total de novos contratos em 2024, segundo o Banco de Portugal.
Os sindicatos que representam os trabalhadores da Altice disseram hoje que as rescisões na empresa já abrangeram cerca de 200 pessoas, segundo um comunicado hoje divulgado.
As transferências de clientes com contas bancárias em Portugal para instituições financeiras localizadas em paraísos fiscais aumentaram em 2024 para cerca de 8.000 milhões de euros, segundo dados publicados no Portal das Finanças.
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) registou em 2024 um défice de cerca de 1.377 milhões de euros, representando uma deterioração de 741 milhões relativamente a 2023, anunciou hoje o Conselho das Finanças Públicas (CFP).
O reembolso do IRS totalizou 1.377,4 milhões de euros até maio, abaixo dos 2.020,6 milhões de euros reportados no mesmo período do ano passado, indicou a síntese de execução orçamental.