CHEGA defende que eleições venezuelanas foram “uma fraude”

O presidente do CHEGA, André Ventura, defendeu hoje que as eleições na Venezuela foram “uma fraude” e criticou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, por uma declaração “vazia e medrosa”, apelando a maior coragem do Estado português.

© Folha Nacional

“Eu vou dizer isto com todos os riscos que acarreta, mas que me parece uma evidência. Eu acho que estas eleições foram uma fraude. Os estudos independentes que tínhamos até ao dia, e que ontem tivemos, nomeadamente à boca da urna, mostravam uma clara tendência de vitória dos movimentos da oposição face ao Presidente Nicolás Maduro e aquilo que tivemos (…) foi precisamente o contrário”, afirmou André Ventura em declarações aos jornalistas à entrada de um encontro com a Ordem dos Advogados, em Lisboa.

O presidente do CHEGA instou o Governo “como aliás os Estados Unidos já fizeram” a exigir “que a Venezuela divulgue as atas eleitorais integrais de todas as urnas de votos” para haver uma garantia da legitimidade do Governo de Nicolás Maduro.

Ventura defendeu que Portugal “não pode pactuar com regimes ilícitos, nem com eleições fraudulentas” e criticou Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros, por ter feito, esta manhã, “uma declaração absolutamente vazia e medrosa”.

“A nossa responsabilidade, independentemente de ser Angola, Venezuela, Moçambique, Cabo Verde ou outro país qualquer, é dizer que esta eleição não é aceitável, a Venezuela tem que dar provas de respeitar o seu povo”, acrescentou.

O Governo português pediu hoje a verificação imparcial dos resultados das eleições presidenciais de domingo na Venezuela, nas quais o Presidente Nicolás Maduro reclamou vitória.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros “saúda a participação popular e considera ser necessária a verificação imparcial dos resultados eleitorais na Venezuela”, lê-se numa mensagem publicada na rede social X.

“Só a transparência garantirá a legitimidade; apelamos à lisura democrática e ao espírito de diálogo. Acompanhamos sempre a comunidade portuguesa”, sublinhou o MNE.

André Ventura adiantou ainda que o partido vai apresentar no parlamento uma recomendação ao Governo português para que exija ao executivo venezuelano que “torne públicas todas as atas eleitorais” e que está é uma proposta em nome “da comunidade portuguesa na Venezuela e também dos milhares de venezuelanos que vieram para Portugal à procura de uma vida melhor”.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou que o Presidente cessante Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos.

Maduro obteve 5,15 milhões de votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%), de acordo com os números oficiais anunciados pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso.

A oposição venezuelana reivindica a vitória nas eleições presidenciais de domingo, com 70% dos votos para o candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia obteve 70% dos votos, afirmou a líder opositora María Corina Machado, recusando-se a reconhecer os resultados proclamados pelo CNE.

Últimas de Política Nacional

A manifestação do CHEGA contra o que qualificam de imigração descontrolada e insegurança nas ruas, que juntou hoje centenas de pessoas no Porto, contou com André Ventura, que alertou que a imigração cresceu 95% em Portugal nos dois últimos anos.
Os deputados da Comissão de Orçamento e Finanças aprovaram hoje uma proposta do CHEGA que contempla o reforço dos meios técnicos para a proteção dos cabos submarinos de telecomunicações.
Para André Ventura, o “PS e PSD estão mais preocupados em aumentar os salários dos políticos do que subir as pensões dos portugueses”, frisando que se trata de um “Orçamento do bloco central”.
O prazo para a submissão de propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) terminou na passada sexta-feira, com o CHEGA a apresentar 620 - o maior número de propostas.
“Num país em que tantos sofrem por salários e pensões miseráveis, os políticos têm de acompanhar o povo.” É desta forma que André Ventura começa por apontar o dedo ao PSD/CDS que está a propor acabar com o corte aos titulares de cargos políticos de 5%, no âmbito do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
O presidente do CHEGA defendeu hoje que o Governo está a adotar medidas redundantes e a fazer uma "fuga para a frente" para responder à crise no INEM, considerando que as soluções apresentadas não trazem "nada de novo".
Bárbara Fernandes exigiu também a “suspensão imediata do responsável máximo do Departamento de Urbanismo.”
O CHEGA vai abster-se na votação da proposta do PS para aumentar as pensões em 1,25 pontos percentuais, além da atualização prevista na lei, permitindo a sua aprovação se os partidos da esquerda votarem a favor.
O Governo anunciou que o saldo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para 2025 ia ser positivo, mas fez mal as contas. Após uma revisão das projeções, o executivo admitiu que o SNS vai, afinal, apresentar um défice no próximo ano, num valor que ultrapassa os 217 milhões de euro
O presidente do CHEGA, André Ventura, desafiou esta terça-feira o primeiro-ministro a apresentar na Assembleia da República uma moção de confiança ao seu Governo, mas afastou a possibilidade de apresentar uma moção de censura.