“[Se a medida não for aplicada] o próximo orçamento cai e temos eleições novamente. Eu peço desculpa aos açorianos. [Mas] ou as coisas se fazem a favor das pessoas ou não vale a pena termos governo. O governo cai todo”, disse José Pacheco aos jornalistas.
O deputado e líder do CHEGA açoriano falava hoje em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, no final de uma reunião com a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários.
Na segunda-feira, o presidente do executivo açoriano, o social-democrata José Manuel Bolieiro, afirmou que a intenção do Governo Regional, em matéria de creches, é adequar a oferta de vagas à procura existente, para que todos os pais e encarregados de educação possam ter uma “resposta adequada” às suas necessidades.
No dia seguinte, José Pacheco reagiu em comunicado, dizendo que ficou “surpreendido com a intenção” do executivo de coligação de recuar na prioridade no acesso às creches para filhos de pais que trabalham, considerando que se “ajoelha ao discurso deturpado da esquerda”.
Em 12 de julho, o parlamento açoriano aprovou uma resolução do CHEGA (sem força de lei) que recomenda ao Governo Regional que altere as regras no acesso às creches gratuitas nos Açores, para dar prioridades às crianças com pais trabalhadores, justificando a mudança com a falta de vagas para a crescente procura no arquipélago.
A medida foi contestada por alguns partidos políticos, que consideram a resolução “discriminatória” e “penalizadora” para as crianças provenientes de famílias com menores recursos financeiros e com desemprego.