Milhares protestam em vários países do continente americano

Milhares de venezuelanos saíram às ruas em várias cidades do continente americano para pressionar o Conselho Nacional Eleitoral, que declarou a vitória de Nicolás Maduro nas presidenciais, a divulguar as atas eleitorais de 28 de julho.

© Facebook Maria Corina Machado

Manifestações decorreram do Canadá à Argentina, passando pelo Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, México, Panamá, Paraguai e Peru, num contexto de grande tensão política com a oposição a denunciar “fraude eleitoral”, afirmando que o vencedor do escrutínio foi Edmundo González Urrutia.

A maioria da diáspora não pôde participar nas eleições devido a obstáculos burocráticos, outra das principais queixas dos milhares de venezuelanos contra o governo de Maduro.

As marchas mundiais foram convocadas pela maior aliança de oposição da Venezuela, a Plataforma de Unidade Democrática (PUD), liderada por María Corina Machado, para exigir a verdade sobre a vitória nas eleições presidenciais.

No Brasil, na Colômbia e no México, venezuelanos e muitos cidadãos locais criticaram a posição dos governos destes três países, próximos de Maduro, que adotaram posições variadas e mutáveis em relação à crise na Venezuela, enquanto tentaram fazer esforços de mediação para encontrar uma saída pacífica para a crise.

Os Presidentes brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e colombiano, Gustavo Petro, apresentaram várias propostas: Lula propôs duas soluções – a formação de um governo de coligação que integre membros do poder e da oposição ou a realização de novas eleições – e Petro sugeriu uma “frente nacional” como passo “transitório” para uma “solução definitiva” para a crise.

Estas alternativas já foram rejeitadas pelo poder e pela oposição, com os dois lados a defenderem a vitória nas presidenciais.

Carregando bandeiras, vestidos com as cores da bandeira nacional e com atas impressas para mostrar que González Urrutia foi o vencedor das eleições, muitos venezuelanos mantêm “viva a esperança” de que haverá liberdade no país, para o qual desejam voltar em breve.

Cerca de oito milhões de venezuelanos deixaram o país nos últimos anos, motivados sobretudo pela crise económica, mas também pela oposição ao governo venezuelano.

“Quero que eles nos reconheçam internacionalmente e não nos deixem sozinhos. Não nos virem as costas. As eleições na Venezuela foram manipuladas. Edmundo ganhou”, disse Génesis Pernia, uma das venezuelanas presentes na marcha maciça e residente no Panamá há quase uma década.

Nas principais capitais do mundo, milhares de venezuelanos também se manifestaram como uma demonstração de força e união contra “a fraude” que, afirmam, o governo de Maduro cometeu nas presidenciais.

Em Caracas, centro da convocação global da PUD, a líder María Corina Machado reapareceu perante milhares de apoiantes, depois de ter passado vários dias “sob proteção” para sua segurança.

Na véspera desta jornada mundial de protesto, 22 países e um grupo de nações da UE, incluindo Portugal, pediram a “publicação imediata das atas originais” das presidenciais venezuelanas e a verificação “imparcial e independente” dos resultados.

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