Portugal entre 45 membros da ONU que reclamam fim da “onda de repressão” na Venezuela

Um grupo de 45 Estados-membros das Nações Unidas, entre os quais Portugal, instaram hoje a Venezuela a “pôr fim à onda de repressão contra opositores políticos e manifestantes”, durante uma sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

© Facebook Maria Corina Machado

A declaração, lida no segundo dia de trabalhos da 57ª sessão ordinária do Conselho de Direitos Humanos da ONU, na cidade suíça de Genebra, pela chefe da diplomacia da Argentina, Diana Mondino, reclama a libertação incondicional e imediata das pessoas “detidas arbitrariamente”, apontando que, nas semanas que se seguiram às eleições de 28 de julho, a situação no país agravou-se, com a detenção de “figuras da oposição, jornalistas e manifestantes, incluindo crianças, adolescentes, mulheres e pessoas com deficiência”.

De acordo com os 45 países signatários da declaração, tem-se verificado um uso desproporcionado da força, não só por parte das forças de segurança, mas também por grupos de civis armados, conhecidos como ‘coletivos’, bem como outros abusos, incluindo “a perseguição judicial iniciada pelo Estado venezuelano contra o candidato presidencial Edmundo González”, atualmente exilado em Espanha.

“Sob o pretexto do incitamento ao ódio ou ao abrigo da legislação antiterrorista, as pessoas que procuram exercer os seus direitos políticos e o seu legítimo direito de protesto pacífico são perseguidas, detidas e privadas da sua liberdade”, lê-se no comunicado.

Os 45 países lamentam ainda a decisão das autoridades venezuelanas de suspender a cooperação com o Gabinete dos Direitos Humanos da ONU e apelam não só ao reatamento desta relação, como solicitam que a missão internacional independente de inquérito das Nações Unidas responsável pela investigação das violações dos direitos humanos no país, e presidida pela jurista portuguesa Marta Valiñas, seja autorizada a entrar na Venezuela.

A declaração hoje lida em Genebra pela ministra dos Negócios Estrangeiros argentina é assinada por vários países da América Latina – casos de Argentina, Chile, Equador, Guatemala, Paraguai, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai, mas não o Brasil -, 24 Estados-membros da União Europeia, entre os quais Portugal, e nações como Reino Unido, Canadá, Austrália, Israel, Japão e Estados Unidos.

Últimas de Política Internacional

O Parlamento Europeu reúne-se, entre segunda e quinta-feira, numa sessão plenária dominada pela situação no Médio Oriente e na qual o polémico primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, irá apresentar as prioridades da presidência semestral da UE, que Budapeste exerce atualmente.
O político e dirigente da oposição ao regime venezuelano Edmundo González Urrutia afirmou hoje que vai “tomar posse a 10 de janeiro como Presidente da Venezuela”.
A Comissão Europeia vai levar Portugal ao Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) por falhas no combate à poluição das atividades industriais, foi esta quinta-feira divulgado em Bruxelas.
O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão disse hoje que as prioridades de cooperação com Portugal continuam a ser a educação e a justiça, apesar do aumento das áreas prioritárias no próximo programa estratégico.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, anunciou hoje ter declarado o secretário-geral da ONU, António Guterres, "persona non grata" no país, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel na noite de terça-feira.
O porta-voz militar israelita, Daniel Hagari, advertiu hoje que "haverá consequências" do ataque iraniano, que envolveu o lançamento de mísseis balísticos sobre Israel, mas intercetados pelo sistema de defesa antiaérea.
O exército israelita adiantou hoje que o Irão continua a disparar mísseis contra Israel, mas garantiu que as explosões que estão a ser ouvidas no país são provenientes de interceções de mísseis, cujos fragmentos acabam por cair no território.
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, ganhou hoje o Prémio Vaclav Havel de Direitos Humanos, atribuído anualmente pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa.
O Alto-Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, convocou para hoje uma reunião extraordinária por videoconferência dos ministros com a pasta da diplomacia, para discutir a situação no Líbano.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, defendeu hoje que o ataque à liderança do movimento xiita libanês Hezbollah criou um “novo equilíbrio de poder” na região do Médio Oriente que poderá permitir a Israel construir “novas alianças”.