Palmas e o som da sirene no funeral dos três bombeiros de Tábua

Palmas, o "som da dor" e a sirene dos bombeiros romperam o silêncio do cortejo fúnebre dos três bombeiros voluntários de Vila Nova de Oliveirinha, que morreram na terça-feira num incêndio em Tábua.

© DR

O quartel dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Oliveirinha é paredes meias com o cemitério local, mas as portas são separadas por algumas dezenas de metros, poucos para os “soldados da paz” de todo o país que se juntaram, formando um corredor para homenagear os três companheiros.

Um corredor onde só o “som da dor” se fazia ouvir para, mais tarde, soarem longos momentos de palmas e a sirene do quartel, que marcou o momento da despedida.

Nas cerimónias fúnebres, marcadas para as 16:00, no quartel, o presidente da Associação Humanitária, Vítor Melo, recebeu o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), José Duarte da Costa, o comandante da estrutura, André Fernandes, e o comandante-geral da GNR, Rui Ribeiro Veloso.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, e dezenas de comandantes de corporações do país juntaram-se igualmente em Vila Nova de Oliveirinha, no concelho de Tábua, tal como o executivo municipal, liderado por Ricardo Cruz.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, chegou 10 minutos antes da hora, dois minutos depois do presidente da Assembleia da República, José Pedro de Aguiar Branco.

Antes, a 15 minutos do início da cerimónia, chegou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, que se juntaram à ministra da Justiça, Rita Júdice, a primeira a chegar.

A cerimónia religiosa, que se realizou no interior do quartel, foi presidida pelo bispo de Coimbra, Vergílio do Nascimento Antunes, coadjuvado pelo cardeal de Lisboa, Rui Valério, e bispo de Setúbal, Américo Aguiar, capelão nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses.

No final da cerimónia, Américo Aguiar pediu união num momento de “dor, das mais dolorosas”, para que no futuro estejam “todos mais fortalecidos”.

Entre os presentes estavam, igualmente, deputados, políticos da região, representantes de instituições locais e regionais, assim como entidades religiosas, civis e militares, entre os quais, militares do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR.

A aldeia de Vila Nova de Oliveirinha foi, segundo diziam os populares, “muito pequena para acolher tanta gente” que se acumulou no exterior do quartel da corporação de bombeiros, que colocou no exterior um ecrã gigante para que fosse possível acompanhar as cerimónias.

Os três bombeiros morreram na terça-feira num incêndio no concelho de Tábua, distrito de Coimbra.

Na quarta-feira, o presidente da Câmara Municipal de Tábua informou que vai propor a atribuição da medalha de mérito e altruísmo aos três bombeiros da corporação de Voluntários de Vila Nova de Oliveirinha.

A Câmara Municipal de Tábua também decretou três dias de luto municipal, que se cumpriram entre terça-feira e quinta-feira.

Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e esta sexta-feira dia de luto nacional.

Últimas do País

Vinte pessoas foram detidas esta madrugada em operações de fiscalização rodoviária nos concelhos de Lisboa, Amadora e Sintra, a maior parte delas por condução sob influência do álcool, anunciou o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (COMETLIS).
A sardinha portuguesa foi reconhecida com o selo azul MSC, que distingue as pescarias com melhores práticas internacionais, anunciou hoje o Ministério da Agricultura e do Mar, que sublinha a oportunidade de abertura a novos mercados com a certificação.
Cerca de 30.000 comprimidos, cápsulas e outras apresentações individuais de medicamentos ilegais foram apreendidos em Portugal na operação Pangea XVII, que decorreu em 90 países, e os fármacos para a disfunção erétil continuam no topo da lista.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) e o município da Batalha assinaram hoje um protocolo para a instalação de 23 câmaras de videovigilância naquele concelho do distrito de Leiria, sendo o próximo passo a autorização da tutela.
O Sindicato Independente dos Médicos alertou hoje para as falhas no acesso às urgências obstétricas na região de Lisboa e pediu medidas que evitem percursos prolongados ou tempos de espera "incompatíveis com a segurança clínica das utentes.
O procurador-geral do estado do Rio de Janeiro afirmou hoje à Lusa que a organização criminosa Comando Vermelho (CV) já se estabeleceu em Portugal, ainda que num estado embrionário.
Pelo menos 12 voos foram cancelados hoje no Aeroporto Internacional da Madeira, entre chegadas e partidas, e um divergiu devido ao vento forte na zona leste da ilha, situação que está condicionar a operação já desde segunda-feira.
A proposta do Governo que reduz as taxas do IRS este ano em 500 milhões de euros foi hoje aprovada no parlamento com os votos a favor do PSD, CDS-PP, CHEGA, IL, PAN e JPP, e a abstenção do PS.
O bastonário da Ordem dos Médicos classificou hoje a morte do bebé de uma grávida que teve dificuldades em obter assistência hospitalar como “mais um caso trágico” que reflete “uma grande desorganização” no SNS.
O Procurador-Geral da República disse hoje que as suas declarações foram mal interpretadas, que nunca disse que José Sócrates tinha de provar a sua inocência, mas sim que o julgamento é o local próprio para a prova de inocência.