Banco Mundial quer 105 mil milhões de dólares para ajudar os países mais pobres

O presidente do Banco Mundial espera que a Associação Internacional de Desenvolvimento receba 105 mil milhões de dólares de contributos dos doadores, no dia em que o Brasil anunciou o regresso e a Espanha prometeu 400 milhões de euros.

© Facebook de Ajay Banga

“O Brasil, agora mesmo na reunião do G20, anunciou o seu contributo, algo que não acontecia há três ou quatro anos”, respondeu Ajay Banga à Lusa, quando questionado sobre a expectativa para esta 21.ª reconstituição do Fundo, durante a conferência de imprensa em que a Espanha anunciou que vai comprometer 400 milhões de euros nos próximos cinco anos.

O ministro da Economia de Espanha, Carlos Cuerpo, e o presidente do Banco Mundial juntaram-se hoje, no âmbito dos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, para assinalar o contributo da Espanha, que aumenta em cerca de 40% o financiamento à IDA, a entidade do Banco Mundial que faz empréstimos e doações aos países mais pobres, entre os quais são elegíveis Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

“Gostávamos de chegar aos 105 mil milhões de dólares [97 mil milhões de euros], porque isso dá-nos a oportunidade de estarmos lá para os países que mais necessitam”, disse Ajay Banga quando questionado sobre qual o montante que espera receber neste reabastecimento dos recursos da IDA.

A 21.ª reconstituição da IDA acontece “numa altura de dificuldades orçamentais”, reconheceu o banqueiro, vincando, ainda assim, que gostaria de chegar aos 105 mil milhões de dólares “porque isso dá a oportunidade de ajudar tendo em conta a inflação”.

A última reconstituição da IDA aconteceu em 2021 e, nessa altura, mais de 50 países comprometeram quase 24 mil milhões de dólares, mais de 22 mil milhões de euros, que foram alavancados nos mercados internacionais para um total de 93 mil milhões de dólares, ou 86 mil milhões de euros.

Na conferência de imprensa, o ministro da Economia espanhol disse querer “liderar pelo exemplo” e defendeu que os países mais desenvolvidos deviam juntar-se para, “numa altura de incerteza e de dificuldades, não deixar ninguém para trás”.

Para Ajay Banga, as grandes vantagens da IDA centram-se no poder do financiamento concessional, do conhecimento e do impacto nas populações, que permitiu investir 217 mil milhões de dólares (200 mil milhões de euros) na última década, que resultaram em mais 900 milhões de pessoas com acesso à saúde, mais 117 milhões com acesso à eletricidade, mais 94 milhões com acesso a água e mais 80 milhões de agricultores com melhores técnicas de cultivo.

“Estamos numa encruzilhada, ou aceitamos um futuro de milhões de pessoas presas na pobreza, sem eletricidade e sem acesso a saúde e infraestruturas, ou então aproveitamos a oportunidade e desbloqueamos o potencial das pessoas e dos países”, disse Ajay Banga, concluindo: “Contribuir para a IDA não é um gesto financeiro, é um exemplo para todos, é o poder do multilateralismo em ação”.

A IDA está acessível a 78 países cujo rendimento per capital é inferior a 1.335 dólares por ano, incluindo todos os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) menos Angola e a Guiné Equatorial.

Mais de 36 países já subiram de nível, incluindo a Coreia do Sul, que depois de ser um dos beneficiários da assistência, foi em 2021 o maior financiador da IDA, cuja reunião final de doadores neste ciclo de reabastecimento vai realizar-se no princípio de dezembro, na Coreia do Sul.

Últimas de Economia

O Tribunal de Contas (TdC) julgou improcedente o recurso da Câmara de Idanha-a-Nova sobre a recusa do visto ao contrato para a criação de um cartão de saúde, porque a aprovação não passou pela assembleia municipal.
Os viticultores do Douro que queiram aceder ao apoio de 50 cêntimos por quilo de uva a destilar têm que submeter as candidaturas até 25 de setembro, segundo uma portaria publicada hoje em Diário da República (DR).
Em causa estava a interpretação do artigo 251.º do Código do Trabalho, que define os dias de ausência a que o trabalhador tem direito em caso de luto: o STEC defendia que o cálculo devia abranger apenas dias úteis, enquanto a CGD sempre contabilizou dias consecutivos de calendário, incluindo fins de semana e feriados.
A agência de notação financeira Fitch subiu esta sexta-feira o 'rating' de Portugal de A- para A, com 'outlook' (perspetiva) estável, anunciou, em comunicado.
O movimento de passageiros nos aeroportos portugueses cresceu 4,9% de janeiro a julho, em relação ao mesmo período do ano passado, mostram dados divulgados hoje pelo INE.
A Autoridade Tributária (AT) devolveu, em 2024, 86 milhões de euros em IVA a turistas oriundos de países terceiros, nomeadamente cidadãos de fora da União Europeia (UE), no âmbito do regime ‘tax-free’.
No relatório "Reformas da Política Fiscal", a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) resume a trajetória das medidas fiscais introduzidas ou anunciadas pelos governos de 86 jurisdições em 2024, olhando para a realidade dos países da organização e de algumas economias "parceiras".
O objetivo destes empréstimos, disse o grupo BEI, é reduzir a fatura de energia e aumentar a competitividade das pequenas e médias empresas (PME).
A agricultura portuguesa pode perder até 510 milhões de euros anuais devido à redução da produtividade e ao aumento de custos, com a decisão de Bruxelas proibir o uso de algumas substâncias ativas, revelou um estudo hoje divulgado.
O valor das rendas poderá aumentar 2,24% em 2026, abaixo dos 2,25% estimados no final de agosto, após uma revisão dos dados da inflação publicada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).