Diretora do FMI alerta para risco de abrandamento da expansão da economia mundial

A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou hoje que a economia mundial corre o risco de entrar numa espiral de crescimento lento e de dívida elevada, perante conflitos e rivalidades geopolíticas.

© Facebook de IMF

“Estes são tempos de ansiedade”, apontou, citada pela Associated Press, a diretora-geral do FMI aos jornalistas nos encontros de outono da instituição que lidera e do Banco Mundial.

A responsável apelidou de “anémica” a previsão de que a economia mundial cresça 3,2%.

Num contexto de conflitos e de tensão geopolítica crescente, o comércio mundial perde fulgor, ao mesmo tempo que as relações entre Estados Unidos da América e China, as duas maiores economias mundiais, arrefeceram.

“O comércio já não é o poderoso motor de crescimento”, afirmou, acrescentando que atualmente há “uma economia global mais fragmentada”.

A AP assinala ainda que um elevado número de países continua a enfrentar as dívidas que contraiu para combater a covid-19, sendo que o FMI acredita que a dívida global atinja 100 biliões de dólares (95.580 milhões de euros) este ano, o equivalente a 93% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

“A economia mundial corre o risco de ficar presa numa trajetória de baixo crescimento e dívida elevada”, apontou, sublinhando que tal se traduz em “rendimentos mais baixos e menos postos de trabalho”.

Ainda assim, o FMI regista que o mundo fez progressos consideráveis para controlar a inflação que subiu em 2021 e 2022, quando as economias se agitaram de forma inesperada dos bloqueios da pandemia.

Kristalina Georgieva antecipa que a inflação desça para 2% no próximo ano para as economias desenvolvidas, o objetivo dos bancos centrais.

“Para grande parte do mundo, está à vista uma aterragem suave”, apontou.

No seu mais recente relatório sobre as perspetivas económicas mundiais, publicado na terça-feira, o FMI previu que a economia chinesa cresça 4,8% este ano e 4,5% em 2025, contra 5,2% em 2023.

Assim, a diretora do FMI instou o executivo chinês a abandonar a dependência das exportações e a incentivar o consumo interno, que apelidou de “mais fiável”.

Kristalina Georgieva pediu a adoção de “medidas incisivas” para dar reposta ao colapso do mercado imobiliário chinês e, assim, aumentar a confiança dos consumidores.

“Se a China não agir, o potencial de crescimento pode ficar bem abaixo de 4%”, vaticinou.

Últimas de Economia

Mais de uma em cada três empresas alemãs prevê reduzir o número de postos de trabalho em 2025, segundo um estudo do Instituto Alemão de Economia de Colónia (IW) em que se alerta para uma “crise profunda”.
A pesca da sardinha vai reabrir esta segunda-feira, com um limite de 34.406 toneladas para 2025, segundo um despacho hoje publicado em Diário da República.
O preço dos ovos na União Europeia (UE) subiu 6,7% em março, face ao mês homólogo, e 2,9% em Portugal, segundo dados hoje divulgados pelo Eurostat.
O Tribunal de Contas encontrou falhas no controlo efetuado pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) ao regime fiscal de que beneficiam os fundos de investimento imobiliário, segundo um relatório de auditoria hoje divulgado.
O setor da hotelaria tem boas expectativas para o fim de semana da Páscoa, antecipando uma ocupação de 73% e um preço médio de 161 euros, afirma a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).
Grandes bancos portugueses têm restrições nos empréstimos à indústria de defesa, em especial de armamento, e alguns admitem vir a alterar no âmbito da mudança estratégica para rearmamento a nível da União Europeia (UE).
O número de pedidos de ajuda por dificuldade em pagar a renda aumentou no primeiro trimestre 67% face ao mesmo período do ano passado, indica Deco, que recebeu mais de 300 solicitações até ao final de março.
A procura de crédito à habitação voltou a aumentar no primeiro trimestre deste ano, face aos últimos três meses de 2024, segundo o Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito do Banco de Portugal.
A falta de jovens que se interessem pela pastorícia está a deixar uma das emblemáticas raças de ovinos do Nordeste Transmontano -- o cordeiro mirandês - com um efetivo de animais insuficiente para satisfazer o mercado neste período da Páscoa.
A pesca artesanal e de pequena escala, nomeadamente em Portugal, deve ser prioritária na atribuição de apoios da União Europeia (UE) dado o seu baixo impacto ambiental, defende um estudo de organizações não-governamentais publicado na segunda-feira.