Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar prometem só parar greve após proposta do Governo

Algumas dezenas de Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) concentraram-se hoje em frente ao parlamento no início de uma greve às horas extraordinárias para exigir a revisão da carreira e melhores condições salariais.

© Facebook / INEM

Com cartazes colocados junto à escadaria do Parlamento com frases como “Ministra, queres TEPH de primeira? Revê a nossa carreira”, “Salvar a Emergência Médica” ou “Salvamos vidas a cinco euros por hora”, os técnicos gritaram “respeito” e pediram aos deputados para atenderem às suas reivindicações.

Em declarações aos jornalistas, o presidente do Sindicato Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), Rui Lázaro, critica a falta de resposta e alerta para os riscos que esta greve vai causar nos serviços do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Segundo o dirigente sindical, o protesto que hoje começa “é uma greve sem termo, que só terminará quando não nos forem apresentadas soluções, que têm que passar pela valorização da carreira técnica de emergência pré-hospitalar e também pela valorização do seu índice remuneratório”.

Este “é um problema que já transitou do governo anterior para o atual Governo” e o sindicato já foi recebido pelo executivo PSD/CDS.

“Volvidos seis meses da tomada de posse, a única resposta que nos deram foi que eventualmente iriam rever a nossa carreira em 2025”, disse Rui Lázaro.

Perante esta resposta, o sindicato considera que foi “claramente empurrado para estas ações reivindicativas”, que incluem a manifestação e uma greve ao trabalho extraordinário que hoje começou e que se vai prolongar até que sejam apresentadas “as soluções efetivas” que os profissionais aguardam “há tanto tempo”.

Segundo o dirigente, “a larga maioria dos técnicos do INEM atinge o limite máximo de trabalho extraordinário que pode fazer” e “não é suficiente para garantir a operacionalidade de todos os meios de emergência médica”.

É por isso que “existem diariamente meios de emergência médica encerrados por falta de técnicos ou postos de atendimento das centrais de emergência por preencher, causando atrasos no atendimento de chamadas diariamente”.

Rui Lázaro admite ser “expectável que, com esta greve, possam vir a agravar-se esses constrangimentos”.

“Mas estamos obviamente disponíveis para suprimir ou para avançar para o levantamento da greve, caso o Governo resolva apresentar-nos as soluções que tarda em apresentar”, acrescentou.

O salário base é de 920 euros, pouco atrativo para contratar novos quadros, como mostram os sucessivos concursos por preencher, explicou Rui Lázaro, salientando que as saídas de técnicos têm sido uma constante, com oito dezenas a despedirem-se do INEM só em 2023.

O resultado é a ausência de quadros suficientes para satisfazer as necessidades do país, com apenas 721 elementos quando o quadro previsto é de 1.480 técnicos.

Por comparação com outros países, onde estes técnicos estão integrados em carreiras paramédicas, Rui Lázaro lamenta a falta de atenção a um “problema que custa vidas”.

O modelo em Portugal está a provocar assimetrias entre as grandes cidades e o resto do país, onde não existem técnicos suficientes

Para o dirigente, o sistema é “disfuncional”, com “apenas 15% das ocorrências de emergência médica garantidas com técnicos de emergência médica” do INEM, enquanto o resto é assegurado por parceiros – bombeiros ou Cruz Vermelha – a quem já não é dado o acesso à mesma formação e qualificação.

O protesto acontece no dia em que arranca a discussão na generalidade do Orçamento do Estado na Assembleia da República e o sindicato tem tentado sensibilizar os partidos para o problema.

No pré-aviso de greve, a que a Lusa teve acesso, o STEPH informa que, uma vez que a greve abrange apenas as horas extraordinárias, não considera haver lugar a serviços mínimos, pois “todo o trabalho urgente e emergente, em horário normal de trabalho, continuará a ser garantido em todos os turnos”.

Últimas do País

A ministra da Saúde garantiu hoje que o projeto de ampliação e requalificação do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, “não está na gaveta” e que “já tem pernas” para avançar “no início do próximo ano”.
A Grande Lisboa registou um aumento de mais de 6,1% na criminalidade geral nos primeiros dez meses do ano, revelam dados oficiais da PSP. Apesar da descida ligeira nos crimes violentos, o cenário global aponta para uma região onde a insegurança cresce de forma consistente.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve hoje em Lisboa um cidadão estrangeiro de 26 anos, que fugiu à polícia em agosto, por tráfico de droga, anunciou hoje aquela polícia.
O parlamento da Madeira aprovou hoje, por maioria, uma proposta de lei à Assembleia da República apresentada pelo CHEGA para revogar o limite de referência de droga para consumo médio individual de dez para cinco dias.
A Cloudfare anunciou esta terça-feira estar a investigar uma falha na sua rede global que provocou a 'queda' de vários clientes, como a rede social X, o 'chatbot' ChatGPT e o videojogo 'League of Legends'.
A Polícia Judiciária deteve no aeroporto de Lisboa, em três ações distintas, três mulheres estrangeiras, entre os 20 e os 39 anos, suspeitas do crime de tráfico de droga, indicou esta terça-feira a PJ.
Nos primeiros 10 meses de 2025, foram detidas pela Polícia Judiciária (PJ) 269 suspeitos de crimes sexuais, mais do que em todo o ano de 2024, quando foram detidos 251, revelou hoje o diretor da instituição.
O antigo governante e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos Armando Vara foi detido na segunda-feira pela PSP, em Lisboa, para cumprir os dois anos e meio da prisão que restam devido aos processos Face Oculta e Operação Marquês.
O consumo global de antibióticos em Portugal aumentou 8% entre 2019 e 2024, quatro vezes mais do que a média de 2% registada nos países da União Europeia, revelou hoje o Infarmed no Dia Europeu do Antibiótico.
Mais de 35 mil pessoas morrem anualmente devido a infeções resistentes aos antibióticos, estimou hoje o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), alertando que a resistência antimicrobiana continua a aumentar na Europa.