Rússia avisa Seul sobre consequências de armas sulcoreanas matarem russos na Ucrânia

A Rússia avisou hoje a Coreia do Sul que o uso de armas fornecidas por Seul à Ucrânia para “matar cidadãos russos destruirá definitivamente” as relações entre os dois países.

© Facebook/Vladimir Putin

“Seul deve estar ciente de que a possível utilização de armas sul-coreanas para matar cidadãos russos destruirá definitivamente as relações entre os nossos países”, avisou o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Andrei Rudenko, em declarações à agencia de notícias russa, a Tass, citado pela Efe.

Rudenko apelou à Coreia do Norte que para que não tomasse “medidas imprudentes” e para que olhe para os seus interesses nacionais a longo prazo e não para situações de curto prazo “ditadas pelo exterior”.

“Quanto a Seul associar o seu eventual fornecimento de armas a Kiev ao desenvolvimento da cooperação entre Moscovo e Pyongyang, tal atitude poderia ter consequências muito negativas. É óbvio que o conflito ucraniano não tem nada a ver com a península coreana”, sublinhou o diplomata russo.

Segundo avisou Rudenko, caso a Coreia do Sul forneça armas a Kiev, a Rússia vai “naturalmente, responder com todos os meios que considerar necessários”, o que “dificilmente reforçará a segurança da própria República da Coreia”.

O vice-ministro acusou ainda as autoridades sul-coreanas de instigarem artificialmente a controvérsia sobre a presença de soldados norte-coreanos na zona da “operação militar especial” na Ucrânia, a fim de “aumentar a pressão militar sobre Pyongyang”.

“Por sua vez, cumpre os objetivos do Ocidente Coletivo, que procura envolver a Coreia em esforços conjuntos para fornecer armas ao regime do (presidente ucraniano Volodymir) Zelensky e, assim, torná-la cúmplice dos crimes cometidos pelos ocidentais”, acrescentou.

A cooperação bilateral entre Moscovo e Pyongyang, que inclui um acordo de assistência mútua em caso de agressão, defendeu Rudenko, baseia-se no direito internacional e “não é dirigida contra qualquer país terceiro, incluindo a República da Coreia”.

Os avisos e alertas de Moscovo surgem depois do Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, ter afirmado, numa entrevista à EFE que Seul está preparada para “aplicar medidas efetivas” caso a Rússia e a Coreia do Norte não acabarem com a “aventura militar” na Ucrânia.

Entre aquelas medidas está o “reforço do apoio à Ucrânia”, em cooperação com os aliados e países que “partilham as mesmas ideias” que Seul.

Até à data, Seul tem respeitado a lei do comércio externo que impedem a Coreia do Sul de transferir diretamente armamento letal para países “em guerra”, como a Ucrânia.

Também os Estados Únicos e a NATO foram alvo de acusações de Rudenko, que os acusou de apostarem num forte aumento da militarização da Ásia, fornecendo aos países da região todo o tipo de armamento, incluindo o proibido pelo tratado de eliminação de mísseis de curto e médio alcance (INF), ao qual os EUA renunciaram em 2019.

Como exemplo, Rudenko apontou o aumento do fornecimento de armas a Taiwan sob o pretexto de manter o ‘status quo’ na região, uma ingerência que, segundo a Rússia, visa “provocar a China e gerar uma crise na Ásia para os seus próprios interesses”.

“Os EUA e os seus satélites, incluindo a União Europeia, estão a aquecer intencionalmente a atmosfera no Estreito de Taiwan. Estão a usar os mesmos métodos que usaram para transformar a Ucrânia numa guerra contra a Rússia e minar os nossos laços tradicionalmente estreitos e amigáveis com esse país”, citou a Efe.

Últimas do Mundo

A polícia antiterrorismo italiana anunciou hoje a detenção de um cidadão tunisino suspeito de ter ligações ao grupo Estado Islâmico (EI) e que, segundo as autoridades, planeava um atentado em Itália.
Duas pessoas morreram e seis ficaram feridas num tiroteio na Universidade da Florida e o atirador, já detido, é um estudante da universidade, segundo o chefe da polícia da universidade, Jason Trumbower.
A polícia turca deteve 525 suspeitos de tráfico de droga durante a madrugada de hoje em Ancara, no que o ministro do Interior, Ali Yerlikaya, disse ser a "maior operação de narcóticos" realizada na Turquia.
Um adolescente sueco foi acusado na Austrália de utilizar aplicações (app) de comunicação encriptadas para facilitar assassinatos por encomenda na Suécia e na Dinamarca, anunciaram hoje as polícias dos três países.
O Tribunal Supremo do Reino Unido decidiu hoje que a definição de mulher na legislação britânica sobre a igualdade de género deve ser baseada no sexo biológico, excluindo mulheres transgénero.
A Presidente do México, Claudia Sheinbaum, indicou hoje que o seu Governo está a preparar-se para receber os cidadãos regressados dos Estados Unidos, após a decisão do homólogo norte-americano, Donald Trump, de aumentar as deportações.
O número de novos pedidos de asilo apresentados na União Europeia (UE) fixou-se em janeiro nos 66.800, com os venezuelanos a ultrapassarem os sírios, que ocupavam o primeiro lugar desde maio de 2022, divulgou hoje o Eurostat.
O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (2019-2022) encontra-se em estado estável na unidade de cuidados intensivos, após ter sido submetido a uma cirurgia que durou 12 horas, divulgou este domingo o Hospital de Brasília, onde está internado.
As autoridades sanitárias da República Dominicana atualizaram hoje para 226 o número de mortos no desabamento do teto de uma discoteca na capital do país.
Um estudo da Universidade de Santiago de Compostela assinala que os motores de busca tradicionais apresentam respostas menos corretas quando comparados com os modelos de Inteligência Artificial (IA) estudados.