Justiça dos EUA nega pedido do TikTok para suspender potencial proibição

A justiça dos Estados Unidos rejeitou um recurso da ByteDance e confirmou que a TikTok será proibida no país caso a empresa chinesa não venda a plataforma de vídeos até 19 de janeiro.

© D.R.

A ByteDance tinha pedido a um tribunal federal para suspender a implementação da lei, assinada pelo Presidente norte-americano Joe Biden em abril, até o Supremo Tribunal analisar a questão.

O Tribunal de Recurso da capital, Washington, rejeitou o pedido, considerando-o injustificado.

Os queixosos “não identificaram nenhum caso em que um tribunal, depois de rejeitar uma contestação constitucional a uma lei do Congresso, tenha proibido a lei de entrar em vigor enquanto a revisão é solicitada no Supremo Tribunal”, referiu a decisão.

No recurso, apresentado na semana passada, os advogados da empresa chinesa acrescentaram que o “atraso modesto” na aplicação da lei iria permitir ao presidente eleito, Donald Trump, “determinar a sua posição” sobre o assunto.

O republicano Trump vai tomar posse a 20 de janeiro, um dia depois do limite dado à TikTok pelo antecessor, o democrata Joe Biden.

Há cerca de um mês, Trump nomeou Brendan Carr, o principal representante republicano na Comissão Federal de Telecomunicações, como novo presidente do regulador da radiodifusão, das telecomunicações e da Internet.

Carr posicionou-se publicamente contra o TikTok e insistiu que deveria ser removida das lojas de aplicações da Apple e da Google devido a riscos de segurança e violação de privacidade dos utilizadores.

Isto porque uma lei chinesa de 2017 exige que as empresas locais entreguem dados pessoais que possam interessar à segurança nacional da China, mediante pedido das autoridades.

O Partido Republicano acusou também a plataforma de vídeos de permitir a Pequim espiar e manipular os norte-americanos.

Em abril, a ByteDance garantiu não ter intenção de vender o TikTok.

O TikTok disse que uma eventual interdição da plataforma nos Estados Unidos ia “violar a liberdade de expressão” dos 170 milhões de utilizadores no país.

Um porta-voz da aplicação acrescentou que a lei ia “devastar sete milhões de empresas e fechar uma plataforma que contribui com 24 mil milhões de dólares (22,4 mil milhões de euros) por ano para a economia norte-americana”.

Com vídeos de curta duração, o TikTok atraiu mais de 1,5 mil milhões de utilizadores em todo o mundo.

Mas a aplicação tem sido alvo de críticas, nomeadamente depois de, em 06 de dezembro, o Tribunal Constitucional da Roménia ter anulado as eleições presidenciais.

Isto após o Presidente Klaus Iohannis ter desclassificado informações que alegavam que a Rússia tinha levado a cabo uma campanha, com 25 mil contas no TikTok, para promover um candidato eurocético, Calin Georgescu.

No final de março, Taiwan declarou a plataforma uma “ameaça à segurança nacional”, devido ao “controlo substancial” de “atores estrangeiros hostis”.

Últimas do Mundo

Cada vez mais portugueses procuram a Arábia Saudita, onde a comunidade ainda é pequena, mas que está a crescer cerca de 25% todos os anos, disse à Lusa o embaixador português em Riade.
O Papa rezou hoje no local onde ocorreu a explosão no porto de Beirute em 2020, que se tornou um símbolo da disfunção e da impunidade no Líbano, no último dia da sua primeira viagem ao estrangeiro.
Pelo menos 30 pessoas foram sequestradas em três ataques por homens armados durante o fim de semana no norte da Nigéria, aumentando para mais de 400 os nigerianos sequestrados em quinze dias, foi hoje anunciado.
Pelo menos quatro pessoas morreram baleadas em Stockton, no estado da Califórnia, no oeste dos Estados Unidos, anunciou a polícia, que deu conta ainda de dez feridos.
O estudante que lançou uma petição a exigir responsabilização política, após o incêndio que matou 128 pessoas em Hong Kong, foi detido por suspeita de "incitação à sedição", noticiou hoje a imprensa local.
O alto comissário das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou hoje que “pelo menos 18 pessoas” foram detidas no golpe de Estado de quarta-feira na Guiné-Bissau e pediu que se respeitem os direitos humanos.
O Tribunal Penal Internacional (TPI), confirmou, na sexta-feira, que continua a investigar crimes contra a humanidade na Venezuela, depois de em setembro o procurador-chefe Karim Khan se ter afastado por alegado conflito de interesses.
Um "ataque terrorista" russo com drones na capital da Ucrânia causou hoje pelo menos um morto e sete feridos, além de danos materiais significativos, anunciaram as autoridades de Kiev.
O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) denunciou hoje que um grupo de homens armados e encapuçados invadiu a sua sede, em Bissau, agredindo dirigentes e colaboradores presentes no local.
A agência de combate à corrupção de Hong Kong divulgou hoje a detenção de oito pessoas ligadas às obras de renovação do complexo residencial que ficou destruído esta semana por um incêndio que provocou pelo menos 128 mortos.