CHEGA agenda debate de urgência no Parlamento sobre segurança em Portugal

O CHEGA vai agendar um debate no Parlamento sobre a segurança em Portugal, anunciou hoje o líder do partido, que indicou também que pediu ao Presidente da República para convocar o Conselho de Estado sobre o mesmo assunto.

© D.R.

Em conferência de imprensa na sede nacional do CHEGA, em Lisboa, André Ventura abordou o tiroteio desta sexta-feira num centro comercial em Viseu – que fez um morto e dois feridos ligeiros – para alegar que os portugueses estão a viver um “dia-a-dia de violência”.

“Decidimos, por isso, convocar a Assembleia da República para um debate de urgência na terça-feira, dia 07 [de janeiro], sobre o estado da segurança em Portugal. Após os eventos ocorridos ontem [sexta-feira], o parlamento tem de tomar decisões sobre o que quer fazer”, disse.

Ventura afirmou que o objetivo do debate é procurar chegar a consensos para criar um “pacote contra a insegurança, aprovado no parlamento e em vigor em todo o território nacional” que vise “combater as armas ilegais, aumentar penas para crimes relacionados com o crime organizado, com o tráfico de droga, de seres humanos e a criação de redes de prostituição”.

Entre as medidas que considerou que precisam de ser aplicadas, Ventura defendeu o agravamento das penas em “cerca de um terço” para crimes como o tráfico de drogas ou levados a cabo com armas, mas também um maior controlo da posse de armas ou dar “às polícias mais autoridade e não menos”.

Interrogado se está otimista de que algumas destas medidas possam vir a ser aprovadas na Assembleia da República com a atual composição parlamentar, Ventura disse que sim, salientando que a maioria atual “é diferente da que existia em março”.

“O CHEGA já conseguiu fazer mudanças significativas, como vimos agora na questão do acesso dos estrangeiros à saúde. Esta é uma questão que nos parece que o Governo reconhece que existe e, portanto, de quem esperamos a aprovação destas medidas em primeira mão é, de facto, da maioria que suporta o Governo”, disse.

Além deste agendamento potestativo, André Ventura afirmou também que escreveu ao Presidente da República para lhe pedir que convoque uma reunião do Conselho de Estado sobre a mesma temática.

O líder do CHEGA reconheceu que, segundo a lei, só o Presidente da República é que pode convocar reuniões do Conselho de Estado, mas afirmou ter tomado a iniciativa de lhe escrever por considerar que Marcelo Rebelo de Sousa precisa de “ter uma palavra sobre o estado da insegurança em Portugal”.

“É tempo de o mais alto magistrado da Nação, que noutros momentos falou sobre tudo e mais alguma coisa, tenha a coragem, mesmo que não seja politicamente correto, de dizer aos portugueses que vivemos tempos de insegurança e que tudo fará para combater essa insegurança”, afirmou.

Para André Ventura, Marcelo Rebelo de Sousa “tem o direito, mas sobretudo o dever, de alertar Governo, Assembleia da República e os restantes poderes públicos para a necessidade de dar mais autoridade à polícia e de alterar a moldura jurídica para crimes graves”.

Nesta conferência de imprensa, o líder do CHEGA voltou a associar a criminalidade à comunidade cigana e criticou os partidos de esquerda e a Iniciativa Liberal (IL) por ainda não terem reagido ao tiroteio em Viseu, afirmando que “aqueles que atacaram as forças de segurança por fazer rusgas ou operações no Martim Moniz são os mesmos que estão hoje em silêncio”.

“Onde anda agora o secretário-geral do PS? A líder do BE? O coordenador do Livre? O secretário-geral do PCP? O presidente da IL? Agora que temos uma vítima mortal a chorar a mais, fruto de violência, de tiros desnecessários, onde estão os partidos que diziam mais cravos e menos polícia?” perguntou.

Últimas de Política Nacional

O Ministério da Saúde voltou a entregar um contrato milionário sem concurso: 492 mil euros atribuídos diretamente ao ex-ministro social-democrata Rui Medeiros, aumentando a lista de adjudicações diretas que colocam a Saúde no centro da polémica.
A nova sondagem Aximage para o Diário de Notícias atira André Ventura para a liderança com 19,1% das intenções de voto. Luís Marques Mendes surge logo atrás com 18,2%, mas o maior tremor de terra vem do lado do almirante Gouveia e Melo, que cai a pique.
André Ventura surge destacado num inquérito online realizado pela Intrapolls, uma página dedicada à recolha e análise de inquéritos políticos, no contexto das eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro.
Casas de moradores na Amadora foram indicadas, à sua revelia, como residências de imigrantes, uma fraude testemunhada por pessoas pagas para mentir, existindo casos de habitações certificadas como morada de largas dezenas de pessoas.
André Ventura reagiu esta sexta-feira à polémica que envolve várias escolas do país que optaram por retirar elementos natalícios das fotografias escolares, decisão que tem gerado forte contestação entre pais e encarregados de educação.
Os doentes internados e os presos podem inscrever-se para voto antecipado nas eleições presidenciais de 18 de janeiro a partir de segunda-feira, e o voto antecipado em mobilidade pode ser requerido a partir de 04 de janeiro.
O líder do CHEGA acusou hoje o Governo de incompetência na gestão da saúde e considerou que os utentes não podem ser sujeitos a esperar 18 horas numa urgência, e o primeiro-ministro reconheceu constrangimentos e antecipou que poderão repetir-se.
A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMMT) decidiu abrir os cofres e fechar a transparência.
André Ventura reafirmou que pretende usar a Presidência da República como ponto de partida para uma mudança profunda no país.
As escutas da Operação Influencer abalaram o PS, expondo alegadas pressões, favores e redes internas de ‘cunhas’ que colocam Carneiro no centro da polémica e voltam a arrastar Costa para a controvérsia.