“Fraqueza gera mais guerra”. Von der Leyen promete mais gastos em defesa

A presidente da Comissão Europeia, que vai participar hoje numa cimeira em Londres sobre a Ucrânia, afirmou que a União Europeia (UE) vai aumentar as despesas com defesa, defendendo que "a fraqueza gera mais guerra".

© Facebook/comissão europeia

“O caminho para a paz é a força. A fraqueza gera mais guerra. Apoiaremos a Ucrânia, enquanto empreendemos um aumento da defesa europeia”, escreveu Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X.

A presidente da Comissão Europeia, que viaja para Londres a partir da Índia, país com o qual Bruxelas tem procurado aprofundar os laços na nova ordem mundial promulgada pelo Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, expressou ainda “o apoio contínuo da Europa à Ucrânia, que pode levar a uma paz justa e duradoura”.

Von der Leyen deverá apresentar novas fórmulas de financiamento para aumentar as despesas com a defesa no início desta semana, pouco antes de os líderes europeus se reunirem em Bruxelas, numa cimeira extraordinária para discutir como recuperar um lugar à mesa das negociações sobre a Ucrânia, da qual foram excluídos por Trump e pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

Enquanto se espera pelo anúncio de Von der Leyen, que, segundo a EFE, poderá acontecer na terça-feira, a presidente do órgão executivo da UE já indicou uma maior flexibilidade nas regras de controlo do défice para que os Estados-membros possam aumentar as despesas com a defesa.

Os 27 países estão também a considerar uma maior flexibilidade na utilização dos fundos estruturais, ou adaptar o mandato do Banco Europeu de Investimento para facilitar os seus empréstimos à indústria de defesa.

Após a reunião de hoje em Londres, na qual participarão quinze países, excluindo Portugal e outros Estados-membros, os 27 tentarão chegar a um consenso, na quinta-feira, sobre o apoio à Ucrânia e uma maior contribuição para a defesa europeia, após o confronto entre Trump e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.

No entanto, o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, manifestou, no sábado, as suas reservas sobre o que considera ser uma estratégia irrealista de “paz pela força” e deu a entender que a aprovação da Eslováquia está dependente da garantia da UE de que aquele país voltará a ter acesso ao gás russo transportado através da Ucrânia.

A Hungria, liderada pelo primeiro-ministro Viktor Orbán, também manifestou reservas quanto ao projeto de conclusões do Conselho Europeu de quinta-feira, que estão atualmente a ser negociadas em Bruxelas, de acordo com fontes europeias.

Portugal vai estar ausente da cimeira de hoje, em Londres, convocada pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, para promover ações em relação à Ucrânia e à sua segurança, segundo disse à Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Entre os participantes estão o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa.

Starmer vai encontrar-se separadamente com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, em Downing Street, sede do Governo britânico, antes do início da cimeira.

De acordo com o gabinete de Starmer, a reunião dará continuidade às negociações de Paris promovidas pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, e vai centrar-se no “fortalecimento da posição da Ucrânia hoje, incluindo o apoio militar contínuo e o aumento da pressão económica sobre a Rússia”.

A cimeira de hoje acontece depois de, na sexta-feira, se ter registado um confronto verbal entre Zelensky e o Presidente norte-americano, Donald Trump, na sala Oval da Casa Branca.

Trump e o seu vice-presidente, JD Vance, acusaram o líder ucraniano de não estar grato pela ajuda norte-americana e de recusar conversações de paz.

O confronto levou o Presidente ucraniano a abandonar prematuramente a Casa Branca, sem assinar o acordo previsto sobre minerais.

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