Professores protestaram hoje na AR pela correção das ultrapassagens

Cerca de 70 professores estiveram hoje à frente da Assembleia da República, em Lisboa, em protesto pela correção das ultrapassagens de mais de 50 mil docentes e garantiram não parar enquanto o tempo não contar.

© Folha Nacional

Amanifestação foi marcada a propósito da “Petição pela Equidade no Reposicionamento Docente e Correção de Ultrapassagens”, entregue no parlamento em outubro do ano passado.

À frente da Assembleia da República estiveram cerca de sete dezenas de professores, vindos de vários pontos do país, incluindo Porto e Algarve. “Enquanto o tempo não contar, nós não vamos parar”, gritaram durante a tarde de hoje. “Assembleia, escuta, os professores estão em luta”, ouviu-se também.

A discussão da petição estava prevista para hoje, mas foi adiada para esta quinta-feira, uma vez que a Assembleia da República discute e vota hoje a moção de censura ao Governo apresentada pelo PCP. O documento conta com mais de 10 mil assinaturas e pede a correção da situação de milhares de professores que foram ultrapassados na carreira por colegas com menos tempo de serviço.

“Desde 2018, cerca de 50.000 professores não foram devidamente reposicionados, resultando na colocação de docentes com o mesmo tempo de serviço em escalões distintos, devido exclusivamente a normativos legais”, lê-se na petição.

Um destes exemplos é o de José Silva, professor numa escola do Porto e primeiro subscritor desta petição, que explicou que deveria estar num escalão mais elevado. “Um colega meu que tenha o mesmo tempo de serviço que eu, neste momento, está no 7.º escalão e eu estou no 6.º escalão”, explicou à Lusa o professor de 55 anos.

Entre os cerca de 50.000 professores que não terão sido reposicionados está também Celeste Pena, professora do pré-escolar, em Lisboa, que trabalha há 33 anos, mas só conseguiu vinculação em 2009, ficando em escalões inferiores do que aqueles que começaram a trabalhar posteriormente.

“Queremos ter a mesma contagem do tempo de serviço que os novos que entraram na carreira. Não é tanto pelo dinheiro, é pela justiça. Não é justo. Nós não queremos retroativos, queremos ir para o nosso escalão”, explicou a professora. “Eu tenho 33 anos de serviço, devia estar no 10.º escalão, mas estou só no 7.º escalão”, acrescentou.

Os autores da petição já tinham sido recebidos no início de setembro do ano passado no Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), tendo em seguida escrito uma carta aberta ao ministro Fernando Alexandre, em que voltaram a expor a situação.

Já no final de setembro, foram recebidos no parlamento pelo deputado Pedro Alves, responsável pela Comissão para a Educação e Ciência na Assembleia da República Ciência.

Os professores lembram a Constituição, que define que “para trabalho igual salário igual”, e recordam que a “falta de equidade existente na carreira” também chegou a Bruxelas, onde um grupo de docentes esteve reunido no passado ano letivo com eurodeputados.

A correção do problema também tem mobilizado vários sindicatos que avançaram com ações em tribunal.

Últimas do País

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) alertou o Governo para o possível "colapso" do aeroporto de Lisboa, devido ao impacto da entrada em funcionamento do novo Sistema Europeu de Controlo de Entradas e Saídas (EES).
Toldos instalados junto a arribas, o uso de postos de socorro como armazéns e sanitários encerrados são algumas das irregularidades detetadas durante uma fiscalização a praias concessionadas do Algarve, revelou esta segunda-feira a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Dois homens foram detidos, na sexta-feira, no Porto, por suspeita de violência doméstica contra as companheiras, sendo que em ambos os casos as agressões ocorreram dentro de viaturas na via pública, foi hoje anunciado.
A idade máxima para concorrer ao curso de agentes da PSP vai passar dos 30 para os 35 anos, segundo a portaria esta segunda-feira publicada, que deixa de exigir altura mínima como critério de admissão.
O grupo de trabalho da Assembleia Municipal do Porto para acompanhar investimentos em transporte público concluiu que a Metro do Porto comunicou prazos inexequíveis de obras, criticando ainda "contradições" entre as entidades envolvidas no projeto do metrobus.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem de 31 anos, fortemente indiciado pela prática de vários crimes de abuso sexual de menores, com circunstâncias agravantes, ocorridos desde 2022, na cidade da Amadora, avançou o Jornal de Notícias (JN). A vítima é a enteada do suspeito, de nove anos.
Um sismo de magnitude 2,0 na escala de Richter foi hoje sentido no concelho de Benavente, no distrito de Santarém, sem causar danos pessoais ou materiais, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
A costa sul e as regiões montanhosas da ilha da Madeira, bem como os grupos oriental e central dos Açores estão hoje sob aviso amarelo por causa da chuva, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) estendeu até à madrugada de terça-feira o aviso amarelo para as ilhas do grupo Oriental (São Miguel e Santa Maria) dos Açores, por causa da "precipitação por vezes forte".
O montante do total de contratos de empreitada de obras públicas registados no Portal Base até setembro atingiu 6.230 milhões de euros, um crescimento de 94% face ao mesmo período de 2024, impulsionado pela linha ferroviária de alta velocidade.