Preço do leite ao produtor aumenta um cêntimo a partir de 01 de abril

O preço do leite ao produtor no Continente vai aumentar em um cêntimo por litro a partir de abril, revelou à Lusa o presidente da Federação Nacional das Uniões das Cooperativas de Leite e Laticínios (Fenelac).

© D.R.

“Os fatores de produção associados a esta atividade, nomeadamente os fertilizantes azotados e também o custo com as rações, com todas as tensões geopolíticas, impactam nos custos de produção e obrigam [o setor cooperativo] a fazer alguns ajustes, neste caso para cima, do preço do leite aos produtores”, explicou Idalino Leão.

Face à necessidade de corrigir os preços na parte inicial da cadeia de produção, o responsável deixa o alerta de que “seria desejável que este ajuste fosse acompanhado em toda a fileira, e que também a grande distribuição repercutisse este ajuste nas prateleiras e não fosse tentada a comprar leite noutro tipo de latitudes ou noutro tipo de marcas, desvalorizando o produto”.

Questionado se não houve abertura por parte da grande distribuição para fazer os ajustes, o presidente da Fenelac confirmou que nos últimos anos tem acompanhado as subidas do preço ao produtor. “O meu desejo, e o meu apelo, é que a partir de 01 de abril continue com este comportamento de acompanhar a necessária subida e correção em toda a fileira”, reforçou.

Sobre eventuais repercussões caso a grande distribuição não siga o mesmo caminho, defendeu que “vai causar um problema de estrangulamento no elo intermédio da cadeia, que é a indústria, o que obviamente não é desejável porque vai obrigar a uma pressão da indústria sobre a produção”.

O presidente da Fenelac lembra que “os produtores de leite já são cada vez menos em Portugal”. Além disso, “a atividade de produzir leite é muito exigente em termos laborais e socialmente pouco reconhecida. Se não for devidamente remunerada podemos colocar em causa a autossuficiência, que neste momento existe em Portugal, deste bem essencial para a alimentação”, avisa.

No que toca ao valor do aumento que será aplicado a partir de 01 de abril deste ano, Idalino Leão lembra que pode parecer pouco, mas numa quinta de um agricultor pode significar manter a porta aberta ou fechada”.

Pelo contrário, um cêntimo por litro na prateleira do supermercado “será quase residual no cabaz alimentar”, acrescenta.

Últimas de Economia

Os Estados Unidos suspenderam as negociações de um acordo comercial com a Tailândia devido às tensões na fronteira com o Camboja, após Banguecoque suspender um entendimento de paz assinado em outubro com a mediação do Presidente norte-americano.
A despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos nos hospitais subiu quase 15%, entre janeiro e setembro, de acordo com dados hoje publicados pelo Infarmed.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou hoje que a taxa de inflação homóloga foi de 2,3% em outubro, menos 0,1 pontos percentuais do que a verificada em setembro.
O número de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais aumentou 4,8% até setembro, face ao mesmo período de 2024, para 57,028 milhões, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O índice de volume de negócios nos serviços subiu 2,6% em setembro face ao mesmo mês de 2024, mas desacelerou 0,2 pontos percentuais relativamente a agosto, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O preço da carne de novilho não para de subir e já pesa no bolso dos portugueses. Em apenas dois anos, o quilo ficou 5 a 6 euros mais caro, um aumento de quase 100%, impulsionado pela guerra na Ucrânia e pela alta dos cereais que alimentam o gado.
As três maiores empresas do setor energético exigem a devolução de milhões de euros pagos ao Estado através da Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), um imposto criado para financiar a redução da dívida tarifária e apoiar políticas ambientais, mas que, segundo o tribunal, foi aplicado de forma ilegal no setor do gás natural.
As exportações de bens aumentaram 14,3% e as importações subiram 9,4% em setembro, em termos homólogos, acumulando um crescimento de 1,9% e 6,5% desde o início do ano, divulgou hoje o INE.
O valor médio para arrendar um quarto em Lisboa ou no Porto ultrapassa metade do salário mínimo nacional. Perante a escalada dos preços e orçamentos familiares cada vez mais apertados, multiplicam-se as soluções alternativas de pousadas a conventos, para quem procura um teto a preços mais acessíveis.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que Portugal deve optar por reduzir as isenções fiscais e melhorar a eficiência da despesa pública para manter o equilíbrio orçamental em 2026, devido ao impacto das descidas do IRS e IRC.