Álcool, tabaco e sedativos mais usados por raparigas e drogas ilícitas por rapazes

As raparigas bebem, fumam e tomam mais sedativos e analgésicos do que os rapazes, que lideram no uso de substâncias ilícitas, revela um estudo que aponta “uma clara tendência” de descida no consumo do álcool, tabaco e droga.

© D.R.

O Estudo sobre os Comportamentos de Consumo de Álcool, Tabaco, Drogas e outros Comportamentos Aditivos e Dependências 2024 (ECATD–CAD), hoje divulgado, contou com uma amostra de 11.083 alunos, entre os 13 e os 18 anos, de 1.992 escolas do ensino público de todo o país, e resulta da aplicação do questionário ESPAD (European school survey project on alcohol and other Drugs).

Os resultados permitem constatar que “o cenário é hoje globalmente menos gravoso, sendo que os comportamentos de maior risco estão confinados a uma minoria, sendo mais esporádicos do que frequentes”, destaca o estudo do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD).

Contudo, há fenómenos que, face ao estudo anterior, realizado em 2019, se tornaram mais prevalentes, como o consumo de analgésicos fortes com o intuito de ficar “alterado”, o jogo eletrónico e o jogo a dinheiro.

O álcool é a principal substância psicoativa consumida entre os jovens, seguindo-se o tabaco e, com uma expressão ainda menor, as substâncias ilícitas e determinados medicamentos psicoativos.

A maioria dos inquiridos (58%) ingeriu pelo menos uma bebida alcoólica ao longo da vida, sendo que 48% bebeu nos 12 meses anteriores ao inquérito ‘online’.

Entre as bebidas mais consumidas no último mês, destacam-se os ‘alcopops’ (24%), a cerveja (22%) e as bebidas destiladas (22%).

Já 29% embriagaram-se ligeiramente ao longo da vida, enquanto 22% fizeram-no no último ano e 11% último mês. A prevalência de embriaguez severa é consideravelmente menor: 19%, 15% e 6%, respetivamente.

Por outro lado, 17% ingeriram bebidas alcoólicas de uma forma ‘binge’ (cinco ou mais doses numa mesma ocasião) no último mês.

Um quarto dos jovens já fumou alguma vez na vida, 17% no último ano e 10% no último mês.

“Embora sejam muito poucos os inquiridos que consomem tabaco diariamente”, 22% adota este padrão de consumo no caso dos cigarros tradicionais e 12% nos cigarros eletrónicos.

O estudo revela que 7% dos alunos já consumiram alguma vez uma droga ilícita, sendo que 6% o fez no último ano e 3% no mês anterior ao inquérito.

A canábis é a substância ilícita mais consumida, mas a percentagem que a usa numa base diária ou quase diária é inferior a 1%. Quando se considera apenas o grupo dos consumidores atuais, a percentagem sobe para 10%.

Quanto aos medicamentos, o estudo aponta que 8% já tomou alguma vez na vida, por indicação médica, sedativos e 3% ‘nootrópicos’, enquanto 5% e 2%, respetivamente, os tomaram sem prescrição médica. Há 3% que diz que tomou analgésicos muito fortes pata ficar alterado.

O inquérito conclui que, “nas várias temporalidades, o consumo de álcool, tabaco, tranquilizantes/sedativos e analgésicos fortes são práticas mais femininas do que masculinas, ao contrário das drogas ilícitas”.

“Se na anterior edição se falava de um claro esbatimento das diferenças de género e numa tendência de aproximação do consumo de álcool entre os dois sexos, em 2024 verifica-se que esta é já uma prática mais feminina do que masculina e mesmo no que concerne aos comportamentos de risco acrescido é possível constatar uma aproximação ou mesmo uma maior prevalência entre as raparigas”, salienta.

Relativamente ao tabaco, a tendência de descida é cada vez mais acentuada e deve-se a “um decréscimo muito expressivo” do consumo de cigarros tradicionais, particularmente entre os rapazes.

O consumo de drogas ilícitas também se tornou menos prevalente face a 2019, sendo a descida proporcionalmente bastante acentuada de canábis ou de outras substâncias proibidas.

“Face ao estudo anterior, são hoje menos os alunos que iniciam os consumos em idades precoces (13 anos ou menos), tendo a iniciação precoce ao álcool e ao tabaco de combustão descido de uma forma muito acentuada. Por sua vez, considerando o grupo dos consumidores recentes, o início do consumo de cigarros eletrónicos e de canábis faz-se hoje mais cedo do que em 2019”, refere o estudo.

Também há menos alunos a considerar fácil o acesso às diversas substâncias psicoativas, sendo que a descida é mais acentuada no que se refere a cigarros tradicionais e a ‘alcopops’ (bebida alcoólica mista com teor alcoólico relativamente baixo).

Últimas do País

O Tribunal Judicial de Leiria condenou um homem na pena única de 12 anos de prisão por 495 crimes de abuso sexual de crianças, incluindo agravados, que vitimaram três menores.
O executivo municipal de Sintra aprovou esta terça-feira o contrato de cooperação com a PSP para o sistema de videovigilância urbana em várias freguesias do concelho, mas a instalação das 144 câmaras depende do concurso público para a sua aquisição.
Os operacionais envolvidos este ano no combate aos incêndios vão diminuir, estando previstos para os meses mais críticos 11.161, menos 2.994 do que em 2024, mas o dispositivo terá mais quatro meios aéreos, num total de 76.
A Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária (PJ) vai receber o maior número dos 113 inspetores que hoje assumiram funções, anunciou o diretor nacional da instituição, congratulando-se com a "renovação geracional" em curso.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve em Cascais um cidadão luso-israelita procurado nos Estados Unidos suspeito de subornar com um milhão de dólares o presidente da Comissão de Eleições das Filipinas em troca de contratos para fornecer máquinas de voto.
O Tribunal Constitucional declarou hoje inconstitucionais algumas das normas da lei que regula a morte medicamente assistida, mas sublinha que a maioria do diploma cumpre a lei fundamental.
O presidente socialista da Câmara Municipal de Vizela, Victor Hugo Salgado, está a ser investigado pelo Ministério Público por suspeitas de violência doméstica.
A greve de guardas prisionais da prisão feminina de Tires, em Cascais, agendada até 31 de maio, arrancou hoje com 90% de adesão, disse à Lusa o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP).
O Presidente da República anunciou hoje que o luto nacional de três dias pela morte do Papa Francisco, em princípio, será de 24 a 26 de abril, dia do funeral, mantendo-se a sessão comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da República.
Um dispositivo para detetar com rapidez bactérias e a resistência a antibióticos está a ser desenvolvido por um consórcio de entidades públicas e privadas portuguesas, disse o orientador da equipa técnica do projeto Josué Carvalho.