Acordo para relançar relações entre UE e Reino Unido viabilizado após negociações tardias

Negociações de última hora entre a União Europeia e o Reino Unido desbloquearam um acordo para relançar as relações numa cimeira esta manhã em Londres, a primeira desde o 'Brexit', avançaram diplomatas em Bruxelas.

Keir Starmer

© Facebook de Keir Starmer

As negociações que só concluíram na madrugada de segunda-feira chegaram a acordo sobre três textos: uma declaração sobre objetivos comuns de política externa, um pacto sobre segurança e defesa e um entendimento comum sobre várias áreas de cooperação futura.

O anúncio oficial dos acordos alcançados será realizado esta manhã em Londres após um encontro do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Presidente do Conselho Europeu, António Costa.

“O acordo mostra que entrámos num novo capítulo das nossas relações com o Reino Unido”, afirmaram fontes diplomáticas europeias aos jornalistas.

“As negociações decorreram sempre de boa fé de ambas as partes e o resultado é muito positivo para ambas. Nenhuma das linhas vermelhas do Reino Unido ou da UE foi ultrapassada. Estamos a virar uma página e a avançar para uma nova parceria estratégica”, referiram.

O objetivo desta cimeira é alcançar uma reaproximação e relançar as relações bilaterais, afetadas após a saída do Reino Unido da UE em 2020.

Uma das questões mais controversas era a dos direitos de pesca dos barcos europeus nas águas britânicas, que este acordo garante por mais 12 anos, segundo fontes citadas pela agência AFP, evitando as negociações anuais previstas a partir de junho de 2026.

Este prolongamento da situação atual era uma exigência de vários países europeus, nomeadamente França, e equivale ao triplo do que o proposto pelos britânicos no início das conversações, adiantaram os diplomatas.

Em contrapartida, os britânicos poderão exportar mais facilmente os seus produtos agroalimentares para o mercado europeu, graças ao reconhecimento mútuo das normas fitossanitárias, que vão permitir reduzir controlos e burocracia nas fronteiras.

Como esperado, o pacto de segurança e defesa alcançado vai abrir caminho ao Reino Unido e respetivas empresas participarem em algumas das iniciativas europeias relacionadas o rearmamento e criar um diálogo mais regular entre Londres e Bruxelas nesta matéria.

Por outro lado, a questão da mobilidade dos jovens europeus, nomeadamente estudantes, e o regresso do Reino Unido ao programa Erasmus foi adiada para negociações posteriores.

Relativamente à questão da imigração ilegal, que é muito sensível no Reino Unido, Reino Unido e UE vão reforçar a cooperação com vista a reduzir o fluxo de migrantes através do Canal da Mancha.

Últimas de Política Internacional

O Presidente norte-americano, Donald Trump, vai pedir grande investigação sobre possíveis pagamentos a celebridades feitos pela campanha da candidata democrata à Presidência em 2024, Kamala Harris, em troca de apoio.
Negociações de última hora entre a União Europeia e o Reino Unido desbloquearam um acordo para relançar as relações numa cimeira esta manhã em Londres, a primeira desde o 'Brexit', avançaram diplomatas em Bruxelas.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, manifestou-se hoje "cautelosamente otimista" quanto a um possível avanço nas negociações sobre a Ucrânia, desde que os russos deem os "próximos passos".
O Presidente dos Estados Unidos classificou hoje o Irão como "a força mais destrutiva" no Médio Oriente e garantiu que vai conseguir um acordo que garanta que os iranianos "nunca terão uma arma nuclear".
O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou hoje que "não há necessidade de temer" sanções do Ocidente devido à guerra na Ucrânia, referindo, porém, que é preciso que a Rússia esteja preparada para reduzir os seus efeitos.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje que as relações com a China são "muito boas" e anunciou uma conversa com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, "talvez no final da semana".
Os trabalhadores nos postos diplomáticos e consulares de Portugal no Brasil vão ter as suas remunerações fixas em euros, uma reivindicação antiga e que motivou vários protestos, segundo fonte sindical e o Governo.
O Governo britânico, que tem sido pressionado para conter a imigração, vai endurecer as condições para a concessão de vistos de trabalho e facilitar a deportação de estrangeiros condenados por crimes, anunciou hoje a ministra do Interior.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, voltou hoje a criticar o sistema judicial italiano, acusando os tribunais de ordenarem o regresso a Itália de imigrantes com registo criminal e manifestamente sem direito a proteção, por razões "claramente ideológicas".
A Comissão Europeia anunciou hoje ter levado Portugal ao Tribunal de Justiça da União Europeia por não aplicar na totalidade a nova Lei dos Serviços Digitais, dado que não conferiu poderes supervisores nem definiu regras sobre sanções.