“Vou propor um plano de investimento global que totalizará 5% do PIB [produto interno bruto] em investimento na defesa: 3,5% do PIB para gastos puros com Defesa com base nos custos globais para atingir os novos objetivos de capacidade que os ministros acabaram de acordar e 1,5% do PIB anual em investimentos relacionados com a defesa e a segurança, como infraestruturas e indústria”, disse Mark Rutte, numa conferência de imprensa após uma reunião dos ministros da Defesa da Aliança Atlântica.
A cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) vai decorrer a 24 e 25 deste mês em Haia.
Após a reunião dos ministros da Defesa da NATO, que acordou os novos requisitos de capacidades militares, o ex-primeiro-ministro dos Países Baixos confirmou a iniciativa para a cimeira de Haia, em que se espera que os líderes da Aliança Atlântica cheguem a um acordo sobre o novo pacto.
Na conferência de imprensa, Rutte evitou, contudo, fixar um prazo para que os aliados cumpram essa meta.
Nesta última secção serão consideradas questões como a mobilidade militar, o desenvolvimento da base industrial e a preparação para situações de conflito e emergência, detalhou Rutte.
A proposta decorre da análise de segurança da NATO e da aprovação dos novos objetivos de capacidades acordados entre os aliados, que exigirão um investimento de 3,5% do PIB, aos quais a Aliança Atlântica acrescenta agora uma verba de 1,5% para desenvolver essas capacidades, chegando assim ao valor exigido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos Estados membros da organização.
“Há um amplo apoio. Estamos muito perto [de um acordo]”, disse Rutte, sublinhando que tem “total confiança” em que todas as partes concordem com a proposta até à cimeira da NATO.
Os aliados europeus e o Canadá já têm investido fortemente nas suas forças armadas, bem como em armas e munições, desde que a Rússia lançou uma invasão em grande escala da Ucrânia em 2022.
Ao mesmo tempo, alguns têm resistido às exigências dos Estados Unidos de investir 5% do PIB em defesa – 3,5% em gastos militares essenciais e 1,5% em estradas, pontes, aeródromos e portos marítimos necessários para mobilizar exércitos mais rapidamente.
Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, recordou que Portugal é um membro fundador da Aliança Atlântica e vai cumprir os objetivos de investimento na Defesa.
“Obviamente que há aqui duas etapas, uma etapa é a etapa dos 2% [do PIB], em que Portugal não estava ainda no nível que é exigível para os países da NATO. Além disso, temos depois esta proposta dos 5%, mas, como sabe, o secretário-geral, Mark Rutte, dividiu isso em 3,5%, que será justamente de investimento na defesa no sentido mais clássico e tradicional do termo, e depois 1,5% em infraestruturas”, especificou.