Em Portugal há 20% de crianças na pobreza, mas atribuem-se subsídios de asilo de mais de 1500 euros a quem vem de fora

Feitas as contas, uma família de dois adultos com duas crianças pode receber, no total de apoios, perto de 1500 euros por mês. Enquanto isso, uma em cada cinco crianças vive em risco de pobreza.

© D.R.

Portugal continua a falhar onde mais importa: proteger as suas crianças. Os números não mentem: uma em cada cinco crianças vive em risco de pobreza. Ainda assim, o Estado continua a abrir os cordões à bolsa para acolher refugiados, com apoios que chegam a ultrapassar os 1500 euros por agregado, no total, segundo dados de 2024.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), 11,3 % das crianças vivem em privação material e social, sem acesso a itens essenciais como vestuário adequado, atividades escolares ou sequer uma simples semana de férias fora de casa.

Mais grave ainda: cerca de 347 mil crianças viviam em risco de pobreza monetária em 2023 — mais 44 mil do que no ano anterior, segundo o Público. Um estudo da Cáritas (a partir de dados do Eurostat) revela que, em 2023, a percentagem de crianças em risco de pobreza rondava os 18%, com projeções a ultrapassar os 20% — trata-se de um retrocesso alarmante, comparável apenas a 2017.

Segundo o Observador, a UNICEF reportou uma taxa de 19,3 % de pobreza infantil em Portugal no período entre 2019 e 2021. Já segundo a Pordata, em 2021, cerca de 19 % das crianças e jovens viviam abaixo do limiar de pobreza. Em 2022, o Instituto Nacional de Estatística (INE) estimou que aproximadamente 20,7 % dos menores de 18 anos se encontravam nessa condição — ou seja, viviam com menos de 60 % do rendimento mediano nacional.

Enquanto isso, de acordo com informação disponível no site do Instituto da Segurança Social, os subsídios atribuídos a requerentes de asilo incluem: 150 euros mensais por pessoa durante os primeiros 18 meses; acesso posterior ao Rendimento Social de Inserção (RSI) — que pode ultrapassar os 640 euros por agregado familiar; abono de família de cerca de 116 euros por criança; e apoio ao arrendamento habitacional, num valor médio estimado de 200 euros.

Vejamos estes exemplos práticos:
Um requerente de asilo sem filhos pode receber 150 euros por mês, com alojamento incluído. Já um refugiado com uma família composta por dois adultos e duas crianças pode aceder ao RSI: 209 + 146 + 2×105 = 565 euros mensais, além dos abonos de família e subsídio de habitação, que podem elevar o total para cerca de mil euros.

Ou seja, feitas as contas, uma família de dois adultos com duas crianças pode receber, no total de apoios, perto de 1500 euros por mês. Este valor varia consoante a composição do agregado.

Num país onde centenas de milhares de crianças nascem e crescem em privação, o Estado parece continuar a dar mais atenção a quem vem de fora do que a quem cá vive e trabalha há gerações.

Últimas do País

Os Oficiais da PSP alertaram esta sexta-feira, 21 de novembro, numa carta aberta que a perda anual de quase cem polícias, as vagas desertas nos cursos de agentes e a retenção de elementos em pré-aposentação ameaçam a segurança, exigindo medidas e soluções ao Governo.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) desmantelou uma rede criminosa que se dedicava à prática de furtos em estabelecimentos comerciais (‘shoplifting’), tendo sido detidas oito pessoas nos concelhos de Sintra e Lisboa, anunciou hoje a Guarda.
Um fogo violento no oitavo andar de um edifício de nove pisos obrigou à evacuação total do prédio e mobilizou várias corporações de bombeiros durante a madrugada.
A greve de hoje na função pública estava às 09:00 a registar uma adesão de cerca de 60% na educação e saúde, com uma maior expressão na zona norte, disse à Lusa o secretário-geral da Fesinap.
Portugal deu passaporte a quase um quarto de milhão de estrangeiros em cinco anos — mas mais de metade nunca viveu no país. O fenómeno explica-se sobretudo pela antiga lei dos descendentes de judeus sefarditas, responsável por mais de 100 mil naturalizações feitas “à distância” e agora abolida.
O Serviço Nacional de Saúde atendeu mais de 100 mil estrangeiros não residentes num único ano, mas quase metade não pagou um cêntimo, por não ter seguro, protocolo internacional ou meio de cobrança. A ministra da Saúde admite que 40% dos imigrantes tratados no SNS não têm qualquer cobertura, enquanto as dívidas acumulam-se e ficam aos ombros dos contribuintes.
A endocrinologista detida na quarta-feira, no Porto, por alegado envolvimento num esquema fraudulento de prescrição de medicação para diabetes a utentes que queriam perder peso, tem de prestar uma caução de 500 mil euros, adiantou à Lusa fonte judicial.
Três sismos de magnitudes 1,9, 2,0 e 2,6 na escala de Richter foram sentidos esta quinta-feira, 20 de novembro, na ilha Terceira, nos Açores, revelou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).
O Tribunal Judicial de Elvas decretou hoje a prisão preventiva de um dos três detidos pela PSP, na segunda-feira, naquela cidade, suspeitos do crime de tráfico de droga, revelou fonte daquela força de segurança.
O Estado português está a gastar mais de 40 milhões de euros anuais só com reclusos estrangeiros, uma despesa que dispara num sistema prisional já sobrelotado e em tensão crescente. Os números oficiais mostram que Portugal paga cada vez mais, mas recupera cada vez menos.