MAIS UM BEBÉ QUE MORRE, MAS MINISTRA NÃO SAI

Grávida perde bebé após ter passado por cinco hospitais diferentes ao longo de 13 dias. Ministra d a Saúde recusa demitir-se e André Ventura questiona "para onde vai o dinheiro que gastamos com a saúde"?

© Folha Nacional

Uma mulher de 27 anos, grávida de 40 semanas, perdeu o bebé no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, após ter recorrido a cinco hospitais diferentes ao longo de 13 dias, acabando por ter um desfecho trágico. De acordo com a família, que contou o sucedido ao jornal Correio da Manhã, a mulher procurou assistência em várias unidades hospitalares devido a dores e sinais de trabalho de parto, mas não lhe foi garantida uma resposta adequada nem um internamento.

A primeira ida ao hospital ocorreu a 10 de junho, quando contactou a linha SNS24 devido a dores abdominais intensas e foi encaminhada para o Hospital de Setúbal onde lhe disseram que estava tudo bem.

Seis dias depois, a mulher voltou a sentir dores e foi ao Hospital do Barreiro, onde também lhe foi dito que estava tudo bem e, três dias depois, foi vista no Garcia de Orta, em Almada. A 21 de junho foi encaminhada para o Hospital de Cascais onde não havia vaga para internamento e, apenas após recusar regressar a casa, foi transportada de ambulância para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Nesse hospital, foi finalmente internada e teve o parto induzido, mas dois dias depois, os médicos optaram por realizar uma cesariana, devido a um crescimento intra-uterino inferior ao esperado. A bebé, que nasceu com 4,5 Kg, apresentou batimentos cardíacos fracos e sinais de sofrimento fetal, acabando por não resistir, como conta do CM.

O pai da bebé denunciou publicamente o caso, afirmando que “a mãe está destruída”. O caso reacendeu o debate sobre a sobrecarga do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente nas urgências materno-infantis. Em resposta, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, afirmou na terça-feira assumir “toda a responsabilidade política” pelo ocorrido, mas recusou demitir-se, declarando que estão em curso medidas para reforçar os cuidados obstétricos.

A Inspeção-Geral da Atividades em Saúde (IGAS) anunciou que vai acompanhar a avaliação dos cinco hospitais envolvidos na assistência prestada à grávida, acrescentando que as unidades hospitalares “estão a avaliar a situação, no âmbito das competências dos respetivos órgãos de gestão”.

André Ventura, Presidente do CHEGA, reagiu ao caso e às declarações da ministra da Saúde, afirmando que “a antiga ministra da Saúde se despediu por menos” e que “é uma vergonha o que está a acontecer”. “É tempo de a ministra da Saúde assumir a sua responsabilidade, porque já é constrangedor assistirmos diariamente a novas falhas na Saúde. A ministra devia sair e deixar alguém com capacidade governar o Ministério da Saúde. Não nos bastam palavras enquanto seres humanos continuam a morrer”, acrescentou.

Ventura criticou ainda o défice na saúde, que já ultrapassa os 1.300 milhões, conforme se lê na categoria País desta edição, questionando “para onde vai o dinheiro que gostamos com a saúde” quando continuam a existir falhas graves.

Últimas de Política Nacional

Vários partidos do sistema, nomeadamente o PS e o VOLT, estão empenhados em tentar impedir a presença do CHEGA nas próximas eleições autárquicas.
O Chega quer proibir a exploração económica das áreas ardidas durante 10 anos e a venda de madeira queimada, aumentar as penas para os incendiários e a criação de um fundo de apoio às famílias dos bombeiros.
O líder do Chega considerou hoje que o Presidente da República foi "extremamente imprudente" quando disse que o seu homólogo dos Estados Unidos funciona como um "ativo soviético", acusando-o de "a perder credibilidade".
O líder do Chega, André Ventura, colocou hoje cinco condições ao Governo para negociar o próximo Orçamento do Estado, incluindo uma redução da carga fiscal, aumento das pensões ou mais verbas para as forças de segurança.
O líder do Chega, André Ventura, criticou hoje o primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmando que não sabe ser líder, dar a cara ou desempenhar o cargo, a propósito da forma como o Governo lidou com os incêndios.
O presidente do Chega, André Ventura, acusou hoje a ministra da Administração Interna de incompetência na gestão do combate aos incêndios que têm afetado o país e desafiou o primeiro-ministro a admitir "que falhou" nesta matéria.
O Chega vai forçar a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito sobre os incêndios rurais, anunciou o partido na terça-feira à noite.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai hoje à Comissão Permanente da Assembleia da República para debater a coordenação do combate aos incêndios em Portugal, depois de os partidos da oposição terem feito críticas unânimes à atuação do Governo.
A Comissão Permanente da Assembleia da República debate na quarta-feira a situação dos incêndios em Portugal, após a oposição ter feito críticas unânimes ao Governo e o primeiro-ministro ter-se manifestado disponível para prestar esclarecimentos.
O presidente do Chega aconselhou ontem o primeiro-ministro, Luís Montenegro, a sair do gabinete e a ir ao terreno, acusando-o de fazer uma "má gestão" dos incêndios.