“Os mediadores informaram o Hamas que uma nova ronda de negociações indiretas entre o Hamas e Israel terá início este domingo em Doha”, disse a fonte à agência de notícias France-Presse (AFP).
A mesma fonte disse que a delegação do movimento islamita palestiniano, liderada por Khalil al-Hayya, já se encontrava em Doha.
A imprensa israelita noticiou hoje que o Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu autorizou o envio de uma delegação de Israel a Doha.
A nova ronda acontece um dia antes de Netanyahu ser recebido em Washington pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O Hamas anunciou na sexta-feira estar pronto para “iniciar imediatamente” negociações sobre uma proposta de trégua patrocinada pelos Estados Unidos e transmitida pelos mediadores do Qatar e do Egito.
O grupo extremista que governa a Faixa de Gaza desde 2007 disse que apresentou uma resposta à proposta, sem dar mais pormenores.
O gabinete de Netanyahu declarou no sábado ter sido informado das “alterações que o Hamas pretende introduzir na proposta” e que as considerava inaceitáveis.
Uma fonte ligada ao processo disse ao jornal The Times of Israel que o Hamas quer que fique estabelecido que as conversações sobre um cessar-fogo permanente continuarão até que se chegue a um acordo.
Pretende também que a ajuda humanitária seja totalmente retomada através de mecanismos apoiados pelas Nações Unidas e outras organizações internacionais de ajuda.
O Hamas exige ainda, segundo a fonte citada pelo jornal israelita, que as tropas de Israel se retirem para as posições que mantinham antes do colapso do anterior cessar-fogo em março.
O gabinete do primeiro-ministro não especificou quais as alterações consideradas inaceitáveis, acrescentou o jornal.
A atual guerra em Gaza, um território com mais de dois milhões de habitantes, começou em outubro de 2023, após o ataque do Hamas em Israel que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A ofensiva militar israelita após o ataque provocou mais de 57.300 mortos em Gaza, a destruição de grande parte das infraestruturas do território e uma crise na assistência da população, que se viu privada de ajuda alimentar e médica.
Das 251 pessoas raptadas em Israel em outubro de 2023, 49 continuavam detidas em Gaza, mas 27 delas foram declaradas mortas pelo exército israelita.