A ex-governante viu o seu cargo fragilizado no final de 2024, na sequência da polémica em torno dos atrasos no socorro prestado pelo INEM durante uma greve. Em novembro desse ano, a ministra da Saúde retirou-lhe a tutela sobre o Instituto Nacional de Emergência Médica. A decisão foi interpretada como consequência política direta da crise no sistema de emergência médica.
No atual Governo, Cristina Vaz Tomé já não integra o executivo, exercendo apenas funções como deputada do PSD.
Entretanto, a Assembleia da República aprovou esta sexta-feira, 11 de julho, a criação de uma comissão parlamentar de inquérito ao funcionamento do INEM. A proposta foi aprovada com os votos favoráveis de todos os partidos, exceto PSD, PS e CDS-PP, que se abstiveram.
O inquérito surge após denúncias do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), avança a revista Sábado, que em novembro de 2024 reportou a morte de duas pessoas devido a atrasos na linha de emergência 112, causados pela escassez de profissionais. Além disso, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) investigou 12 casos de morte possivelmente associados a falhas no atendimento. Dois dos processos foram arquivados, mas num terceiro foi concluído que a morte de um homem, em Pombal, poderia ter sido evitada com um socorro mais célere.
A comissão de inquérito terá 90 dias para apurar responsabilidades políticas, técnicas, legais e financeiras relacionadas com o funcionamento do INEM, em especial durante o período de greve no final de outubro e início de novembro de 2024. A análise incluirá ainda a atuação dos Governos Constitucionais XXII a XXV na gestão do instituto.