Inspeção-geral de saúde investiga caso dos contratos do hospital de Braga

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde abriu uma inspeção ao caso do hospital de Braga, que fez vários contratos com a empresa do diretor de serviço de Oftalmologia, que acumulava funções de coordenação no privado.

© D.R.

A informação foi confirmada pelo inspetor-geral à CNN Portugal, que noticiou o caso na quinta-feira à noite. Depois de a TVI/CNN ter contactado o hospital, o diretor de serviço apresentou a demissão.

O diretor do serviço, Fernando Vaz, deixou o cargo na terça-feira, dois dias antes da notícia sobre contratos de 27 milhões de euros entre a sua empresa privada e aquele hospital, segundo esclareceu hoje a Unidade Local de Saúde de Braga (ULSB).

O conselho de administração diz que “a eventual situação de incompatibilidade ou conflito de interesses está a ser objeto de análise interna”.

O atual conselho de administração da ULSB está em funções desde 19 de março de 2025.

Em comunicado, a ULSB refere que a relação contratual com a empresa Iberoftal, de Fernando Vaz, teve origem durante o período da parceria público-privada (PPP), transitando depois para o modelo de Entidade Pública Empresarial (EPE), a 01 de setembro de 2019.

Acrescenta que esta relação se manteve em vigor até final de 2023, com o arranque do novo modelo de gestão das unidades locais de saúde (ULS).

Entre 2019 e 2023, os valores implicados na prestação de serviços foram superiores a 18,1 milhões de euros.

No início de 2024, foi promovido um concurso público internacional para a prestação de serviços de oftalmologia, a vigorar durante todo esse ano.

Durante o período concursal, a ULS Braga prolongou os serviços da Ibertofal, por meio de ajuste direto, no valor de 743 mil euros, “com o objetivo garantir a continuidade da resposta assistencial em oftalmologia”.

“Findado o contrato de 2024, e de modo a garantir a normal e a regular prestação de cuidados de saúde aos seus utentes, a ULS Braga procedeu à abertura de um novo concurso público internacional, totalmente aberto à concorrência, para vigorar durante três anos (2025, 2026 e 2027), encontrando-se este procedimento devidamente tramitado e apenas a aguardar a obtenção da necessária autorização”, diz ainda o comunicado.

Entretanto, e dada a necessidade de obtenção da referida autorização, a administração diz que se revelou necessário recorrer a dois ajustes diretos no valor de 5,1 milhões de euros, que vigorarão até à data do início do contrato constante, para garantir a continuidade da atividade assistencial do Serviço de Oftalmologia do Hospital de Braga.

O contrato foi celebrado “com a única entidade que apresentou proposta no âmbito do concurso público internacional” e também obteve o visto prévio por parte do Tribunal de Contas.

A Ordem dos Médicos já pediu hoje esclarecimentos à Unidade Local de Saúde de Braga sobre o diretor de serviço proprietário de uma empresa que fez contratos com a unidade hospitalar e que terá acumulado funções de coordenação no privado.

SO (VCP) // FPA

Últimas de Política Nacional

O antigo primeiro-ministro José Sócrates chegou a ter, em 2014, três empréstimos em simultâneo na Caixa Geral de Depósitos (CGD) para cobrir despesas que admitiu que eram "absolutamente exageradas", testemunhou hoje a sua gestora de conta à data.
O candidato presidencial e líder do CHEGA, André Ventura, criticou as posições de Gouveia e Melo sobre imigração, considerando que alguém que quer ser o próximo Presidente da República não pode equiparar um imigrante a um português.
O líder do CHEGA afirmou hoje que Gouveia e Melo protagoniza cada vez mais as causas do PS, sobretudo por ter Mário Soares como modelo presidencial, e apostou que o ex-primeiro-ministro António Costa vai votar no almirante.
O CHEGA obteve em Lisboa 26.755 votos, mais três do que a CDU, confirmando a distribuição de mandatos de dois vereados para o CHEGA e um para a coligação, segundo a assembleia de apuramento geral.
O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que a Europa e o mundo "orientam-se para a direita" e defendeu que os partidos da sua família política são os "baluartes da defesa da liberdade".
O projeto de lei do CHEGA que pretende proibir a ocultação do rosto em espaços públicos foi aprovado hoje no Parlamento.
O deputado Rui Cristina foi eleito, no último domingo, Presidente da Câmara Municipal de Albufeira pelo CHEGA. A sua eleição marca uma mudança importante na política local que era dominada, há décadas, por outras forças políticas. Rui Cristina renunciará ao mandato de deputado e tomará posse como presidente da câmara nas próximas semanas, assumindo o compromisso de uma gestão próxima da população, com foco na segurança, no turismo e na valorização da identidade local.
André Ventura assume candidatura presidencial como missão e critica imigração descontrolada e sobrecarga no SNS, defendendo que só o CHEGA pode "pôr ordem no país".
Os deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as responsabilidades políticas e de gestão do INEM decidiram hoje ouvir dois familiares das vítimas mortais associadas a atrasos no atendimento durante a greve do ano passado.
O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que o Presidente da República quer atrasar a entrada em vigor da Lei de Estrangeiros por não concordar com as alterações a esta legislação.