“O reconhecimento do Estado da Palestina, sem que exista um Estado da Palestina, pode até ser contraproducente. […] Disse isso à própria autoridade palestiniana e também a Macron”, afirmou a chefe do Governo de Itália, em declarações publicadas pelo jornal italiano La Repubblica.
Na quinta-feira, o Presidente francês, Emmanuel Mácron, anunciou que a França vai reconhecer formalmente o Estado da Palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, em setembro.
Perante a decisão da França, Giorgia Meloni defendeu que, “se se reconhece no papel algo que não existe, corre-se o risco de que o problema pareça resolvido, quando não está”.
“Embora seja muito favorável ao Estado da Palestina, não sou a favor do seu reconhecimento antes que se inicie um processo para a sua constituição”, sustentou.
Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, explicou que “a Itália apoia a solução de dois povos e dois Estados, mas o reconhecimento do novo Estado palestiniano deve ocorrer em simultâneo com o reconhecimento por parte de Itália do Estado de Israel”.
O anúncio do Presidente francês tem provocado reações diversas a nível mundial.
Israel condenou a decisão por considerar que “recompensa o terror”, enquanto os Estados Unidos a classificaram de “irresponsável” e prejudicial para a paz.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, saudou a adesão da França a outros países europeus no reconhecimento da Palestina, enquanto o grupo islâmico Hamas a definiu como “um passo positivo na direção certa”.