De acordo com a ADBP, têm-se registado uma “média preocupante de cinco a seis ocorrências por noite”, que acrescem aos problemas já identificados anteriormente nesta zona da cidade de Lisboa, como “a venda ambulante abusiva, a intensificação da comercialização ilegal de louro prensado, bem como o consumo e tráfico de droga em espaço público”.
O presidente da ADBP, Manuel de Sousa Lopes, disse hoje à Lusa que a associação tem mantido reuniões periódicas com a PSP, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e com a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior para dar conta destes problemas de insegurança, que “nestes últimos tempos estão a agravar-se”.
Devido a este agravamento, segundo um comunicado da ADBP, a associação pediu também uma audiência de caráter urgente à ministra da Administração Interna, com o objetivo de garantir a coordenação de ações por parte do poder central, uma vez que “os esforços locais, por si só, já se revelaram insuficientes para responder a esta complexidade e escala da realidade atual”.
“Fizemos a nossa exposição, esperamos que haja resposta, para as nossas necessidades de segurança na nossa Baixa e, acima de tudo, uma videovigilância que seja instalada mais rapidamente, porque não é [apenas] a segurança para o comércio: é uma segurança para a cidade e para a nossa Baixa Pombalina”, indicou, salientando que o sistema seria “os olhos da polícia no meio da rua”, permitindo agir com maior rapidez para evitar assaltos.
Ainda segundo Manuel de Sousa Lopes, trata-se de “uma onda de um tipo de assalto que não existia” e que se tem agravado nos últimos tempos, que tem sido “absolutamente assustadora” e muito preocupante para os empresários, “que se queixam amarguradamente que a insegurança começa a ser um problema grave para os estabelecimentos de porta aberta”.
De acordo com o responsável, são “roubos de entrar no estabelecimento, roubar e ir embora”, que, de uma maneira geral, estão a afetar todo o tipo de comércio, mesmo o tradicional, em que “o vidro da montra é partido” para depois ser roubado o conteúdo do estabelecimento.
“Nalguns dos casos, só por má-fé, parte-se o vidro e não se faz mais nada. Noutros, o vidro é partido e são roubados produtos que estão dentro do estabelecimento”, contou.
A ADBP considerou ainda que o fenómeno está a contribuir “para um ambiente de degradação urbana, alimenta um sentimento de impunidade e coloca em causa a atividade comercial e a segurança de residentes, trabalhadores e visitantes”.