Defesa de Bolsonaro apresenta recurso para revogação da prisão domiciliária

A defesa do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro apresentou esta quarta-feira um recurso para revogação da prisão domiciliária, com o argumento de que o ex-chefe de Estado não violou as restrições que lhe foram impostas.

Os advogados do ex-chefe de Estado também solicitaram que o recurso seja analisado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), composta por cinco juízes, para que não fique exclusivamente nas mãos de Alexandre de Moraes, o juiz instrutor do processo contra Bolsonaro, que está acusado de golpe de Estado.

Na segunda-feira, Alexandre de Moraes ordenou a prisão domiciliária de Bolsonaro por considerar que o ex-presidente brasileiro violou as medidas cautelares que lhe foram impostas no mês passado, que o proibiam de enviar mensagens nas suas redes sociais ou nas de terceiros.

Os advogados alegam que o ex-presidente não cometeu nenhum crime nem violou nenhuma medida cautelar, incluindo a que o proíbe de usar as suas redes sociais ou aproveitar as de terceiros.

Segundo a defesa, o ex-presidente não pode ser punido por ter saudado os seus seguidores através dos perfis de outras pessoas.

“Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos”, foi, segundo os seus advogados, a mensagem de Bolsonaro lida durante as manifestações realizadas no último domingo.

Os advogados alegam que o ex-presidente não foi proibido de conceder entrevistas ou emitir opiniões, como o juiz instrutor já admitiu noutra decisão, e que “não tem controlo sobre terceiros que possam repercutir o conteúdo proveniente da sua participação direta ou indireta”.

De acordo com os advogados, essas publicações são repercussões “incontroláveis, alheias à sua vontade ou interferência”.

Ao solicitar que o recurso seja analisado pela Primeira Câmara, os advogados de Bolsonaro afirmam que o regulamento do STJ estabelece que a prisão domiciliária exige validação coletiva.

Além da prisão domiciliária, Alexandre de Moraes proibiu o réu de receber visitas, com exceção de familiares e advogados, e obrigou-o a permanecer com pulseira eletrónica.

A prisão domiciliária foi ordenada no âmbito do processo em que Bolsonaro é acusado de liderar uma conspiração para impedir a posse do Presidente, Lula da Silva, que o derrotou nas eleições presidenciais de 2022.

Últimas de Política Internacional

A Comissão Europeia anunciou hoje uma investigação formal para avaliar se a nova política da `gigante` tecnológica Meta, de acesso restrito de fornecedores de inteligência artificial à plataforma de conversação WhatsApp, viola regras de concorrência da União Europeia.
O Sindicato de Trabalhadores da Imprensa na Venezuela (SNTP) e o Colégio de Jornalistas (CNP), entidade responsável pela atribuição da carteira profissional, denunciaram hoje a detenção de um jornalista que noticiou a existência de um buraco numa avenida.
O Tribunal Constitucional da Polónia ordenou hoje a proibição imediata do Partido Comunista da Polónia (KPP), alegando que os objetivos e atividades do partido, refundado em 2002, violam a Constituição.
A Administração Trump suspendeu todos os pedidos de imigração provenientes de 19 países considerados de alto risco, dias após um tiroteio em Washington que envolveu um cidadão afegão, anunciou o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.
Federica Mogherini, reitora do Colégio da Europa e ex-chefe da diplomacia da União Europeia (UE), foi indiciada pelos crimes de corrupção, fraude, conflito de interesse e violação de segredo profissional, revelou a Procuradoria Europeia.
O Presidente ucraniano apelou hoje para o fim da guerra, em vez de apenas uma cessação temporária das hostilidades, no dia de conversações em Moscovo entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a Ucrânia.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, considerou hoje que a situação na Catalunha só se normalizará totalmente se o líder separatista Carles Puigdemont for amnistiado e regressar à região, tendo reconhecido "a gravidade da crise política" que enfrenta.
A Comissão Europeia confirmou hoje que foram realizadas buscas nas instalações do Serviço de Ação Externa da União Europeia (UE), em Bruxelas, mas rejeitou confirmar se os três detidos são funcionários do executivo comunitário.
A ex-vice-presidente da Comissão Europeia e atual reitora da Universidade da Europa Federica Mogherini foi detida hoje na sequência de buscas feitas pela Procuradoria Europeia por suspeita de fraude, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Mais de 20 mil munições do Exército alemão foram roubadas durante um transporte, em Burg, leste da Alemanha noticiou hoje a revista Der Spiegel acrescentando que o Governo considerou muito grave este desaparecimento.