Presidente argentino garante travão a despesas aprovadas pela oposição no Congresso

O Presidente argentino, Javier Milei, criticou nesta sexta-feira o Congresso pela aprovação de várias leis de alteração do Orçamento, e garantiu aos deputados da oposição que não dará seguimento a novas despesas aprovadas.

©facebook de Javier Milei

Milei anunciou que assinará uma norma para “proibir que o Tesouro financie a despesa primária com emissão monetária”, assim como enviará um projeto de lei ao Parlamento para “penalizar a aprovação de orçamentos que incluam défice fiscal”, de acordo com um discurso na televisão estatal.

A mensagem presidencial, gravada na tarde de sexta-feira, ocorre no contexto de uma dura disputa entre o poder executivo e a oposição, em antecipação às eleições legislativas, agendadas para 26 de outubro próximo.

A oposição aliou-se no último mês para aprovar no Congresso Nacional várias medidas, entre elas aumentos para as universidades públicas, uma declaração de emergência pediátrica e a revogação de decretos que desmantelavam órgãos públicos.

No passado dia 10 de julho, o Parlamento aprovou ainda uma lei que estabelece um aumento “excepcional e de emergência” de 7,2% para as pensões.

Esta sexta-feira, Milei afirmou que estas medidas visam “destruir o excedente orçamental” que o seu governo promove, o que, se levadas adiante, implicariam “um endividamento de mais de 300 mil milhões de dólares [257,5 milhões de euros], ou um aumento da dívida nacional de 70%”.

“O Congresso Nacional está a promover gastos sem explicar a fonte do seu financiamento e sem se preocupar se isso implica ou não imprimir dinheiro”, afirmou Milei, acrescentando que, “ao fazê-lo, não está a propor nada mais do que mais impostos, que destroem o crescimento económico, ou mais dívida, causando um genocídio contra os jovens”.

“Ao Congresso, digo que, se vocês querem voltar atrás, terão que me tirar daqui com os pés para a frente”, afirmou.

Para blindar o “défice zero”, que proclama desde o início do mandato, Milei afirmou que assinará regulamentação para legalizar a proibição do Tesouro nacional financiar despesas primárias, prática que o seu governo leva a cabo desde o início.

Por outro lado, prometeu apresentar um projeto de lei, que terá que ser aprovado pelo Congresso, para sancionar qualquer orçamento do Estado que implique défice orçamental.

“Qualquer nova despesa ou corte de receita deverá implicar um corte na mesma proporção”, afirmou, acrescentando que estabelecerá uma “sanção penal aos deputados e funcionários que não cumprirem as novas regras orçamentais”.

O Governo de Milei tem vido a prorrogar o Orçamento de Estado de 2023, desde o início do mandato do Presidente ultraliberal em dezembro desse ano, por falta de consenso parlamentar para aprovar novos esquemas de despesa.

As políticas de Milei vão ser testadas nas urnas entre setembro e outubro, com o país a realizar eleições provinciais e nacionais para renovar assentos no Congresso e nas legislaturas locais.

“Temos que escolher entre a responsabilidade ou o realismo mágico, entre fazer o que é certo, mesmo que isso implique ter paciência, ou tomar o atalho e inevitavelmente voltar a colidir”, afirmou Milei, em tom de campanha, traçando um contraste entre o seu plano económico e o de vários setores da oposição.

“Para todos os argentinos, as próximas eleições de outubro vão resolver este paradoxo de uma vez por todas. E será possível eleger um novo Congresso que nos permita avançar mais rapidamente com as mudanças de que o país precisa”, acrescentou, pedindo o apoio dos seus candidatos.

Últimas do Mundo

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que o seu "tão aguardado encontro" com o homólogo russo, Vladimir Putin, terá lugar a 15 de agosto no estado norte-americano do Alasca (noroeste).
O Presidente argentino, Javier Milei, criticou nesta sexta-feira o Congresso pela aprovação de várias leis de alteração do Orçamento, e garantiu aos deputados da oposição que não dará seguimento a novas despesas aprovadas.
Um minuto de silêncio foi hoje observado em Nagasaki, na hora da explosão atómica que atingiu a cidade japonesa há 80 anos, numa cerimónia em que o sino restaurado de uma igreja tocou pela primeira vez desde o ataque.
A polícia confirmou que não divulgará publicamente o estatuto migratório dos acusados, apesar de já o ter partilhado, em privado, com George Finch, vereador local pelo Reform UK.
Os ministros da Defesa e do Ambiente do Gana morreram hoje na queda de um helicóptero, sem registo de sobreviventes, anunciou a presidência, após o desaparecimento da aeronave, que transportava três tripulantes e cinco passageiros.
A polícia espanhola deteve e identificou hoje mais de 30 pessoas ao desmantelar uma rede criminosa que cometia fraudes 'online' a partir de Algeciras e causou um prejuízo de quase 300.000 euros a vítimas na Finlândia.
O WhatsApp anunciou que irá passar a exibir uma pré-visualização com informações sobre um grupo ou pessoas que não pertençam aos contacto para ajudar a alertar os utilizadores sobre a possibilidade de estarem perante uma fraude.
O primeiro-ministro israelita convocou uma reunião do gabinete de segurança para analisar “uma ocupação total da Faixa de Gaza”, revelou um alto funcionário à imprensa israelita, informação confirmada à EFE por fontes do gabinete de Benjamin Netanyahu.
As defesas aéreas russas abateram 93 drones ucranianos sobre seis regiões do país, sobre a Crimeia anexada e o Mar Negro, informou hoje o Ministério da Defesa russo.
A Arábia Saudita executou oito pessoas no sábado, anunciou hoje a imprensa estatal do país, demonstrando que o uso da pena de morte está a ser aprofundado pela monarquia do Golfo, especialmente para condenações relacionadas com drogas.