Mortágua troca Parlamento para estar numa flotilha em direção a gaza

A coordenadora nacional e deputada única do BE, Mariana Mortágua, que está numa flotilha humanitária que se dirige a Gaza, vai ser substituída no parlamento pela dirigente bloquista Andreia Galvão.

©Facebook/mariana.mortagua.

Numa publicação no ‘site’ oficial do partido, “Esquerda.net”, lê-se que a atual deputada única fez “uma reflexão profunda nos últimos dias”, tendo pesado, “por um lado, a proteção da flotilha que é dada pelo papel institucional dos deputados e eurodeputados que a compõem”, e, por outro lado, “o facto de a sua ausência em São Bento deixar o Bloco sem representação parlamentar na sua ausência”.

“E concluiu pela necessidade de o partido não ficar afastado dos debates no parlamento nas próximas semanas”, lê-se na publicação.

Andreia Galvão foi a número três da lista do partido nas legislativas de maio para o círculo eleitoral de Lisboa.

Fonte oficial do partido adiantou à Lusa que o número dois da lista, o antigo líder parlamentar, Fabian Figueiredo, não vai assumir o mandato por “impedimento profissional”.

Na publicação do “Esquerda.net” lê-se que quando Mariana Mortágua integrou a flotilha que navega em direção à Faixa de Gaza com ajuda humanitária, “o calendário previsto era o de chegar ao destino ainda antes do arranque dos plenários parlamentares”.

Contudo, os “contratempos meteorológicos e logísticos” da flotilha, “a par dos ataques com drones de que foi alvo já na Tunísia, obrigaram a tempos de paragem superiores ao previsto”.

“Faço-o mantendo aqui uma presença política forte como deputada eleita, de quem representa muitas e muitos portugueses. Mas também quero ter a certeza de que em todas as instâncias da vida política portuguesa o Bloco está representado. E o Bloco estará muito bem representado pela Andreia Galvão”, lê-se na publicação, que cita declarações de Mariana Mortágua.

Até ao regresso da coordenadora bloquista, o lugar de deputada será ocupada pela dirigente Andreia Galvão, membro da Comissão Política e da Mesa Nacional do BE.

Andreia Galvão é atriz, produtora e agente cultural, e nasceu em Lisboa, em 2000.

É licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa e Mestre em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema.

Numa publicação nas redes sociais, Andreia Galvão afirmou que “numa altura de ataque aos direitos dos trabalhadores, de desgovernação florestal e social, da necessidade de convergência em torno do que nós faz um povo na sua diversidade”, substituirá Mariana Mortágua “durante um mês”.

“É com grande responsabilidade cívica e política que o faço”, é acrescentado.

Últimas de Política Nacional

Exigir que todos cumpram a lei passou a dar multa. O Tribunal Local Cível de Lisboa mandou retirar os cartazes de André Ventura e proibiu o candidato presidencial de repetir a mensagem, numa decisão que Ventura considera ser censura política.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou hoje os decretos da lei da nacionalidade, na sequência das inconstitucionalidades decretadas pelo Tribunal Constitucional, devolvendo-os à Assembleia da República.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes divulgou hoje uma lista com os 22 clientes da sua empresa, na qual se encontram prestações de serviços em consultoria, comentários e participações em conferências, e que inclui a construtora de Famalicão Alberto Couto Alves.
A Autoridade Tributária classificou como “antiga” uma moradia reconstruída em 2024 pertencente ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro, permitindo-lhe pagar menos de metade do IMI devido.
Luís Marques Mendes encerrou a sua empresa familiar e mantém silêncio sobre clientes, contactos e serviços que lhe renderam centenas de milhares de euros.
Foi distinguido oficialmente pelo Estado, elogiado em Diário da República pela ex-ministra da Justiça e apresentado como um quadro exemplar da governação. Meses depois, Paulo Abreu dos Santos está em prisão preventiva, suspeito de centenas de crimes de pornografia de menores e de abusos sexuais contra crianças.
O presidente da Assembleia da República decidiu hoje não remeter ao Ministério Público o caso da adulteração da assinatura da deputada socialista Eva Cruzeiro, considerando não atingir o patamar de crime, embora se trate de ato censurável.
André Ventura defende hoje em tribunal que os cartazes que visam os ciganos são uma mensagem política legítima cujas exceções ou retirada representaria um “precedente gravíssimo” e que os autores da ação pretendem um “julgamento político” da sua atividade.
O candidato presidencial André Ventura afirmou que Luís Marques Mendes está “condicionado”, considerando que as verbas recebidas pelos concorrentes a Belém como consultores não são uma questão menor.
A averiguação preventiva à Spinumviva, empresa da família do primeiro-ministro Luís Montenegro, foi arquivada na terça-feira, anunciou hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR).