24 horas de Terror, O Distrito de Coimbra Jamais Esquecerá

© Folha Nacional

No dia 15 de outubro de 2017, o Distrito de Coimbra viveu uma das maiores tragédias da sua história recente. As chamas consumiram vidas, lares e empresas, deixando um rasto de dor e desolação que o tempo não apaga das suas memórias.
Hoje, oito anos depois, lembramos com profundo pesar todas as vítimas humanas, os desalojados, e os empreendedores que viram o seu trabalho reduzido a cinzas.
Os concelhos de Arganil, Lousã, Pampilhosa da Serra, Penacova, Figueira da Foz, Mira, Oliveira do Hospital, Tábua, Vila Nova de Poiares e Coimbra foram duramente atingidos. Cada um destes territórios, carrega cicatrizes profundas — nas paisagens, nas casas ardidas, nas empresas reduzidas a cinzas e sobretudo nas pessoas que resistiram, muitas vezes sem o amparo que lhes era devido.
O sofrimento das populações não terminou com o apagar das chamas. Pelo contrário, prolongou-se num longo e penoso processo de reconstrução, frequentemente marcado pela lentidão, pela burocracia e pela sensação de abandono.
É inaceitável que, passados todos estes anos, ainda existam famílias que não recuperaram plenamente o que perderam, e que o território rural continue à mercê do esquecimento e da desorganização estrutural.
Este é também um momento de indignação:
Indignação contra a falta de fiscalização, contra a gestão ineficaz de fundos públicos e contra o favorecimento de interesses alheios ao bem comum, que tantos prejudicou.
O povo do Distrito de Coimbra merecia — e continua a merecer — respeito, justiça e transparência.

Em nome da memória das vítimas e da dignidade das populações afetadas, é exigível que a tragédia de 2017 não seja apenas lembrada em discursos, mas que sirva como ponto de viragem:
para uma política de prevenção eficaz, para um Estado mais presente, e para um país que não vire as costas a quem vive e trabalha nas suas serras e aldeias.

Artigos do mesmo autor

Nas últimas semanas, para não dizer últimos meses, o nível de criminalidade tem aumentado sem precedentes em plena Cidade de Coimbra. A recorrência de assaltos à luz do dia e pela noite dentro, a habitações, espaços comerciais e até a espaços de cariz religioso, apenas se pode configurar como anarquia de segurança nesta cidade. A […]

Há muito que a esta urbe, simbolicamente lhe foi dado o nome da Terra da Saudade, assente na sua etimologia de cidade dos estudantes, dos amores trágicos e das amizades eternas. Alicerçada numa via de comunicação fluvial que satisfazia, quer as populações a norte do Distrito, quer a sul do mesmo, Coimbra é uma cidade […]

Coimbra, desde sempre, se pautou pelo bem-estar das pessoas e especialmente, por ser uma cidade de referência no que aos cuidados de saúde diz respeito. O que em 1932 começou por ser um Hospital Sanatório, contemplando 100 camas para tratar pessoas com problemas de Tuberculose, passados 40 anos, com a sua readaptação e reajustamento originou […]

A classe política democrática e não democrática, não passa, de uma complexidade e de um emaranhado de alianças periódicas, ideias por vezes “caprichosas”, opiniões económicas distintas, estudos estratégicos, planos técnicos pormenorizados e particularmente, “crenças” ideológicas, que nem sempre vão ao encontro das necessidades ou pretensas precisões da comunidade envolvente. Dizia Sá Carneiro que “A política […]

O panorama político português há muito que está bipolarizado e submisso a uma franja partidária, que apenas tem manchado o nome lusitano além-fronteiras. Da Direita à Esquerda, o único compromisso que alguns políticos ou pseudopolíticos eleitos têm, é servirem a causa própria e os interesses do lobbying nacional e internacional. Casos polémicos de “crimes de […]